A Natura reportou um prejuízo líquido de R$ 150,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 83,9% em comparação ao prejuízo do mesmo período de 2024.

O Ebitda recorrente da fabricante de cosméticos foi de R$ 789,5 milhões, um aumento de 30,1% em relação ao ano passado e acima dos R$623 milhões esperados por analistas em pesquisa LSEG.

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A empresa apurou uma receita líquida de R$ 6,68 bilhões nos três meses iniciais de 2025, montante alinhado à expectativa do mercado, de R$6,56 bilhões, segundo dados da LSEG.

A Receita da América Latina foi de R$ 5,3 bilhões no 1T25 (aumento de 15,4% A/A), impulsionada pelo forte desempenho da marca Natura nos mercados hispânicos, aliado ao crescimento de um dígito alto da marca no Brasil, parcialmente compensado pela categoria Casa & Estilo e pela Avon, que segue com desempenho abaixo do esperado na linha de receita. Em CC, o aumento na Receita da Latam foi de +12,2% (+4,1% ex-Argentina).

O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 250,8 milhões, uma forte piora ante o resultado negativo de R$ 84,3 milhões reportado um ano antes. Este resultado reflete maiores despesas, menores receitas e maiores perdas com derivativos sobre variações cambiais de atividade financeiras.

Despesas com vendas, marketing e logística na América Latina subiram 18,6% para R$ 2,3 bilhões, ou 43,9% da receita líquida no 1T25, um aumento de 120 bps A/A. O aumento dos investimentos em marketing e das despesas com vendas mais do que compensou os ganhos obtidos com a redução dos custos logísticos em meio à integração da Onda 2, particularmente no Brasil e na Argentina. Esse aumento das despesas com vendas foi impulsionado por investimentos em produtos digitais para melhorar a produtividade e oferecer diferentes soluções de pagamento.

Já a dívida líquida do trimestre foi de R$ 2,9 bilhões, aumento frente aos R$ 2,4 bilhões apurados no quarto trimestre de 2024. A dívida, segundo a Natura, se deu pela queima de caixa de R$ 692 milhões e saída de R$ 60 milhões para o programa de recompra de ações, parcialmente compensadas pela depreciação do dólar frente ao real reduzindo a dívida total em, aproximadamente, R$ 250 milhões.

Os resultados da Natura (BOV:NTCO3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2025 foram divulgados no dia 12/05/2025.

Teleconferência

Como parte do processo de reorganização, a Natura&Co informou algumas medidas de reestruturação da Avon Internacional. Segundo a empresa, essas medidas incluem redução de cerca de 1.100 funcionários ou 25% do total da equipe e ações agressivas de corte de custos, que começaram no primeiro trimestre, com o pico desse impacto esperado entre o segundo e o terceiro trimestres.

“O processo de simplificação e continua a ser uma prioridade para a companhia”, afirmou o presidente-executivo da companhia, João Paulo Ferreira, em conferência de resultados, acrescentando que a companhia continua “acelerada” com a reestruturação da Avon Internacional, com uma equipe dedicada explorando alternativas estratégicas.

O executivo disse que objetivo da Natura com a restruturação da Avon Internacional é que a operação deixe, a médio prazo, de consumir caixa, mas isso não deve acontecer em 2025. “É improvável zerar o consumo dentro deste ano, mas a expectativa é que haja uma redução”, acrescentou.

Ferreira também destacou que a implementação da Onda 2 deve ser concluída no segundo trimestre no México e no terceiro trimestre na Argentina, bem como que os custos de transformação devem ser concluídos neste ano e não devem exceder o total registrado em 2024.

De acordo com o executivo, o México é onde talvez a Natura tenha a maior oportunidade de ganho de margem bruta.

A diretora financeira da companhia, Silvia Vilas Boas, também destacou que o grupo vai fazer os ajustes de preços que forem necessários conforme a dinâmica do mercado, enquanto reforçou o compromisso de reduzir a volatilidade da margem Ebitda e melhorar a conversão de caixa da empresa.

 

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão