A Nike (NYSE:NKE) implementará aumentos de preços em calçados, roupas e equipamentos a partir de 1º de junho. Os reajustes vão de US$ 2 a US$ 10, dependendo da categoria e faixa de preço dos produtos.
Segundo a empresa, o ajuste é parte de seu planejamento sazonal, sem menção direta às tarifas sobre importações do governo Trump.
Tênis com preço acima de US$ 150 sofrerão aumentos de até US$ 10, enquanto os que custam entre US$ 100 e US$ 150 terão acréscimos de US$ 5. Calçados abaixo de US$ 100, itens infantis, roupas e acessórios da linha Jordan, além do popular Air Force 1, não sofrerão alterações nos preços.
A Nike enfrenta queda nas vendas globais e concorrência crescente. No último trimestre, a receita caiu 9%, com retração de 17% na China. Para conter perdas, a empresa está se reposicionando, limitando descontos e priorizando lançamentos premium.
Os custos da Nike não ficam impunes do cenário tarifário. A Nike fabrica 50% de seus calçados no Vietnã e 18% na China, países sujeitos a tarifas de até 30%.
Embora a empresa não relacione publicamente os aumentos aos impostos, analistas apontam a medida como uma forma de preservar margens diante da pressão fiscal.
As ações ganhavam impulso no pré-mercado de hoje, quinta-feira (22), com as notícias de que decidiu retomar as vendas diretas pela e-commerce da Amazon (NASDAQ:AMZN) (BOV:AMZO34), nos EUA.
As vendas via Amazon não ocorriam desde 2019, e essa retomada pode fortalecer a presença digital da Nike, além de melhorar a experiência do consumidor, já que a plataforma conta com parcerias com varejistas e recurso de inteligência artificial para personalização de serviços.
A Nike também passa por uma reestruturação, anunciando mais recentemente cortes de pessoal na divisão de tecnologia. Sob nova liderança, com o retorno do executivo Elliott Hill, a empresa segue investindo em colaborações, como a linha com a Skims, de Kim Kardashian, para reconquistar o mercado e modernizar sua base de consumidores.
Com desvalorização acumulada em 2025, as ações negociadas em Nova York subiam 2,4%, em verificação realizada na hora final de negociação. A Nike também é negociada na B3 através da BDR (BOV:NIKE34), que simultaneamente também subiam 2,4%, cotadas a R$ 34,77 reais.