A SLC Agrícola apresentou um lucro líquido de R$ 510,7 milhões no primeiro trimestre, mais que dobrando o lucro de R$ 228,9 milhões apurado no mesmo período do ano passado, de acordo com seu relatório de resultados.
O principal fator de contribuição para o maior resultado líquido apurado no período foi o aumento de R$ 429,9 milhões, no resultado bruto. A soja destaca-se nessa elevação do resultado bruto, através das margens realizadas no período e expectativas de margem registradas na marcação do Ativo Biológico.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia somou R$ 943,7 milhões nos três primeiros meses do ano, expansão de 34% em base anual, com a margem Ebitda passando de 36% para 40,5%.
Book de ofertas: a mais completa do mercado financeiro, acompanhe as ofertas de compra e venda de um ativo e todos os negócios realizados no dia.
A Receita Líquida encerrou o primeiro trimestre com R$ 2,3 bilhões, 19,1% superior ao 1T24.
As vendas de soja (comercial e sementes) tiveram aumento de 35,3%, para R$ 1,26 bilhão. As vendas de milho recuaram 91,9%, para R$ 1,7 milhão. A receita com algodão em pluma teve avanço de 28%, para R$ 952,8 milhões.
A variação do valor justo dos ativos biológicos (calculado pelo valor de mercado menos custos) e o VRLPA (que reflete a variação nos preços de estoque) tiveram impacto positivo de R$ 503,6 milhões no trimestre — havia sido de R$ 37,9 milhões um ano antes.
“Houve um atraso na colheita com as chuvas de janeiro e fevereiro. Com isso, as entregas serão maiores em abril e maio, com impacto no caixa”, disse Ivo Brum, diretor financeiro e de relações com investidores da SLC Agrícola.
As despesas administrativas (excluindo valores relativos ao Programa de Participação nos Resultados) apresentaram um aumento de 14,5% no trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
No primeiro trimestre, a SLC fez investimentos relevantes em terras, o que contribuiu para uma queima de caixa de R$ 1,4 bilhão. Para os próximos trimestres, disse Brum, a empresa vai reduzir o ritmo de arrendamentos, para recuperar caixa e reduzir alavancagem.
A SLC pagou R$ 636,5 milhões da primeira parcela do arrendamento das fazendas Paysandu, Paladino e Pamplona. Quitou a última parcela da compra de 47,8% na SLC-MIT Empreendimentos Agrícolas, no valor de R$ 103 milhões. A companhia adquiriu ainda a Sierentz Agro Brasil, por US$ 135 milhões, e terras da Agrícola Xingú, além de gastos com insumos.
“Essas aquisições basearam o caixa negativo no trimestre. Não vamos conseguir reverter esse cenário este ano. Temos mais compras para pagar no meio do ano”, avaliou Brum. “O foco agora é aumentar a geração de caixa”, disse.
A SLC relatou otimismo em relação à safra 2025/26, com tendência de clima neutro ou com uma La Niña fraca, o que favorece a produção de grãos no Cerrado, onde concentra as áreas de plantio. Soma-se a isso um aumento de 100 mil hectares na área a ser plantada em comparação ao ciclo 2024/25, para 837 mil hectares.
Brum disse não esperar elevação nos gastos com insumos, mas que os preços das commodities ainda são uma incógnita devido ao cenário internacional turbulento. “O preço da soja se mantendo entre R$ 110 e R$ 120 a saca é bom, nos permite manter a rentabilidade. Com o aumento da área e da produtividade, isso nos deixa bastante otimistas”, afirmou.
A dívida líquida ajustada da Companhia encerrou o primeiro trimestre de 2025 em R$ 5,2 bilhões, apresentando um aumento de R$ 1,5 bilhão em relação a 2024. A dívida líquida no período foi impactada principalmente pelos investimentos na aquisição de terras (pagamento de R$ 180 milhões referente a última parcela da Fazenda Paysandu, R$ 361,5 milhões relativo à aquisição da fazenda Paladino e R$ 95 milhões da fazenda em Unaí/MG.) Além disso, nesse trimestre foi realizado o pagamento da última parcela de aquisição da participação minoritária na SLC LandCo, R$ 280,9 milhões.
A relação dívida líquida/EBITDA Ajustada registrou alta, passando de 1,80 vezes no final de 2024 para 2,27 vezes no primeiro trimestre de 2025, principalmente em virtude do aumento da dívida líquida no período.
Aumento de área, compra de insumos e hedge Safra 2025/26
A área plantada para a safra 2025/26, após as transações anunciadas, apresenta um potencial de crescimento de 13,6% sobre a área plantada na safra 2024/25. A aquisição da Sienrentz Agro prevê o plantio de soja e milho, com implantação do algodão a partir do terceiro ano de produção.
O controle da operação pela SLC Agrícola deverá ocorrer a partir de 1° de julho de 2025. Continuamos as vendas da soja safra 2025/26. Somados os compromissos, atingimos 44,8% da produção estimada.
Para o algodão, até o momento fixamos 7% do volume e no milho ainda não temos nada fixado. Adicionalmente, aproveitamos os momentos de alta do dólar para avançar no travamento do câmbio das culturas.
Os resultados da SLC Agrícola (BOV:SLCE3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2025 foram divulgados no dia 14/05/2025.
Teleconferência
A SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de grãos e algodão do Brasil, avalia que poderá voltar a patamares mais baixos de alavancagem em meados de 2026, após uma série de aquisições, disse nesta quarta-feira seu diretor financeiro Ivo Brum.
Segundo ele, no segundo semestre de 2025 acontecem as entregas do algodão colhido em 2024/25, e há “muita geração de caixa” após uma boa colheita de soja, já concluída. Dessa forma, a empresa não deve demorar para retomar o nível de alavancagem medido pela dívida líquida ajustado/Ebitda ajustado em patamar abaixo de 2x, considerado ideal.
“Estamos em tranquilos quanto a isso, não vemos nenhum risco de redução do ‘payout’ dos dividendos, não passa dentro da administração nenhum estudo neste sentido, apesar de a taxa de juros estar mais alta, a gente comporta totalmente este momento”, afirmou Brum, durante teleconferência de resultados.
A SLC divulgou na terça-feira um lucro líquido de R$510,7 milhões no primeiro trimestre, mais que dobrando ante o mesmo período do ano passado.
O executivo destacou que até “meados de 2026” a SLC já estará nos patamares ideais de alavancagem.
“Este ano produzimos super bem soja, o Ebitda já subiu e já equilibrou essa relação.”
Mas a empresa fechou o primeiro trimestre com o indicador de alavancagem de 2,27x, versus 1,8x no final do ano passado.
A dívida líquida ajustada encerrou o primeiro trimestre de 2025 em R$5,2 bilhões, apresentando um aumento de R$1,5 bilhão em relação a 2024, principalmente pelos investimentos na aquisição de terras e pelo pagamento da última parcela de aquisição da participação minoritária na SLC LandCo.
“Fizemos bastante investimentos recentemente, isso mudou o nosso patamar de dívida, mas a gente se preparou para este momento”, acrescentou o executivo.
A companhia projeta aumentar em 13,6% a área plantada em 2025/26 ante o ciclo anterior, para 837 mil hectares, fruto das aquisições, o que o diretor também espera que se reflita em bons resultados para empresa.