A Vamos, empresa de locação de caminhões, máquinas e equipamentos do grupo Simpar, apresentou lucro líquido consolidado de R$ 107,8 milhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), com queda de 45,6% na comparação com igual período de 2024, decorrente principalmente do aumento da taxa de juros, de acordo com a companhia.
Pelo segundo trimestre, o resultado exclui o negócio de concessionárias, que foi desmembrado da companhia, em dezembro do ano passado, com a criação da Automob.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) consolidado foi de R$ 886,7 milhões, 10,1% mais alto que o observado no primeiro trimestre do ano passado.
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A receita líquida consolidada da empresa no trimestre foi de R$ 1,33 bilhão, com alta de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com a Vamos, o trimestre foi mercado pela expansão de receita líquida de todos os segmentos, impulsionada pelo recorde de receita de venda de ativos de locação e aumento da receita de serviços de locação.
“Um trimestre de recordes”, foi a definição de Gustavo Couto, CEO da companhia, em relação ao crescimento de receita líquida em todos os negócios, em entrevista ao InfoMoney. Um dos destaques foi a venda de usados em um trimestre que no qual o segmento tende a ser sazonalmente mais fraco.
Mesmo com o impacto das taxas mais elevadas de juros no lucro líquido da companhia, razão da queda de acordo com a Vamos, a trajetória do negócio se mostra ascendente para o executivo.
Dentre os números que indicam essa tendência está a taxa de ocupação, que cresceu para 85% e que reflete a diversificação setorial dos negócios da companhia. Mesmo com 30% do negócio correspondendo às demandas do agronegócio, outros segmentos, como logística tem ganhado espaço entre os contratos da companhia.
“A demanda está saudável”, comenta o executivo.
A companhia também ressalta, entre os destaques operacionais, a intensificação de vendas de ativos usados, a redução de estoques e o aumento da taxa de ocupação. A redução da alavancagem da companhia, que permaneceu estável em 3,3 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda, deve continuar sendo um dos focos em 2025.
Ainda recente, a cisão de concessionárias, com a saída da Automob, permitiu que o negócio da Vamos pudesse se tornar ganhar mais agilidade, mais simplicidade e mais especificidade, lemas do grupo, segundo Couto.
Para 2025, a companhia a expectativa da companhia de alugar R$ 1 bilhão de ativos pelo Sempre Novo e estender outros R$ 700 milhões em contratos com ativos que já estão em uso pelos clientes já se torna realidade.
Guidance
A companhia também forneceu guidance para o ano, com destaque para a redução da alavancagem para 3,0 vezes a 3,2 vezes (ante 3,3 vezes no 4T24), Ebitda de R$ 4 bilhões, capex de R$ 2 bilhões, com menor necessidade de capex líquido e lucro líquido entre R$ 450 e 550 milhões.
“Tudo isso em um cenário de aumento de taxa de juros”, reforça Couto.
O CEO destacou, ainda, que o investidor pode esperar para a companhia solidez, melhores estoques e maiores taxas de ocupação, além de diversidade setorial.
Os resultados da Vamos Locação (BOV:VAMO3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2025 foram divulgados no dia 06/05/2025.
VISÃO DO MERCADO
As ações do Grupo Vamos figuram entre os destaques negativos da bolsa na sessão desta quarta-feira (7), após a locadora de veículos pesados reportar resultados fracos no primeiro trimestre de 2025 (1T25). Às 12h05 (horário de Brasília), o papel da companhia recuava 8,30%, a R$ 4,42.
A XP Investimentos aponta que companhia reportou um lucro líquido mais fraco de R$ 108 milhões, o que representa um recuo de 34% na base trimestral e de 27% em relação ao consenso.
Para a XP, entre os principais destaques estão: (i) o aumento das despesas financeiras, que avançaram 11% na comparação trimestral e exerceram pressão adicional sobre o lucro líquido; e (ii) a manutenção de uma sólida performance no rendimento marginal, que atingiu 2,7%, acompanhando a alta das taxas de juros. Por outro lado, os retornos com a venda de ativos alugados recuaram para R$ 207 milhões, abaixo da média de R$ 305 milhões registrada em 2024.
Além disso, a Vamos anunciou seu novo guidance para 2025, que, na visão da XP, implica em uma redução no lucro líquido tanto em relação aos R$ 608 milhões previstos pela corretora quanto aos R$ 653 milhões do consenso. Apesar disso, a XP reiterou recomendação de compra.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização (Ebitda) foi de R$ 887 milhões, crescimento de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior e em linha com as estimativas do BBI e do consenso de mercado.
Entre os destaques do trimestre, o BBI aponta as vendas recordes de ativos, que totalizaram R$ 291 milhões, e a margem Ebitda do segmento de locação, que atingiu 89%, representando alta de 3 pontos percentuais na comparação trimestral, embora ainda 1,6 ponto percentual abaixo do 1T24.
Já o capex líquido anualizado para aquisição de novos ativos somou R$ 2,338 bilhões, superando a projeção de R$ 2,0 a R$ 2,2 bilhões. Além disso, as renovações contratuais chegaram a R$ 286 milhões, o que, na avaliação do BBI, pode compensar a implementação mais gradual do programa Sempre Novo.
A companhia também divulgou projeções adicionais para 2025, com estimativas medianas para Ebitda e lucro líquido alinhadas ao consenso do mercado. O BBI reiterou recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 8,00 para o final de 2025.
O Itaú BBA, por sua vez, destaca a Vamos conseguiu registrar o menor nível de reintegrações de posse de ativos visto nos últimos trimestres, ao mesmo tempo em que renovou vários contratos sem a necessidade de adquirir novos ativos, já que os clientes estão concordando em alugar o mesmo ativo ou estão recebendo ativos da Sempre Novo.
Em um tom mais cauteloso, o BBA aponta a desaceleração da margem EBITDA das vendas de ativos usados, que chegou a 7%, queda de 15 pontos percentuais em relação ao ano anterior e 11 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior.
Por fim, o BBA manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 11.