As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) fecharam em baixa na terça-feira, 06 de maio de 2025, depois da divulgação que as vendas despencaram em abril nos dois maiores mercados da Europa. A Tesla também é negociada na B3 através da BDR (BOV:TSLA34).
Na Alemanha, a empresa vendeu apenas 885 veículos, queda de 46% em relação ao ano anterior. No Reino Unido, o número foi ainda mais crítico, com apenas 512 carros vendidos, recuo de 62% segundo a SMMT.
O declínio ocorreu apesar do lançamento do Model Y atualizado.
Mesmo com a novidade nas concessionárias, os registros da Tesla despencaram em oito dos dez principais mercados europeus de veículos elétricos. Na Suécia, Dinamarca e Holanda, as vendas caíram mais de dois terços em abril.
Analistas apontam que a associação pública de Elon Musk com o presidente Donald Trump e com partidos de extrema direita na Europa pode estar afetando a imagem da Tesla no continente.
Protestos, atos de vandalismo e queda na fidelidade de marca sugerem que o posicionamento político do CEO tem peso nas decisões dos consumidores.
No acumulado do primeiro trimestre, as vendas totais da Tesla na Europa recuaram 37%. Globalmente, a empresa entregou 386 mil veículos, queda de 13% em relação ao ano anterior.
Esses números representam o pior resultado trimestral da Tesla desde 2022. No Reino Unido, a participação de mercado da Tesla caiu de 12,5% para 9,3%.
Investidores da Tesla podem encontrar algum alívio no fato de que mais de 75% da receita da Tesla ainda vem dos EUA e da China.
Outro fato relevante é que a empresa monta seus veículos localmente em mercados que a protege parcialmente contra tarifas. No entanto, a margem operacional caiu para 2%, o menor nível desde 2019.
Também deve-se considerar que, segundo os sites na Tesla da Alemanha e Grã-Bretanha, a versão renovada do Model Y começarão a ser entregues apenas em junho. O impacto positivo na demanda, impulsionada pela atualização do modelo, não foi devidamente mensurado.
A versão renovada do Model Y também pode impulsionar a demanda, caso contrário, a companhia pode enfrentar nova pressão no segundo trimestre.
Enquanto isso, a empresa continua enfrentando incertezas com relação a tarifas e concorrência, enquanto rivais como Volkswagen e BYD estão expandindo suas vendas de elétricos no continente.
Musk anunciou que reduzirá seu envolvimento no governo dos EUA para focar na Tesla, o que agradou os investidores, que ainda aguardam sinais claros de recuperação nas vendas.