A Yduqs encerrou o primeiro trimestre com lucro de R$ 128,7 milhões, registrando uma queda de 14,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A redução é atribuída, principalmente, à implementação de um programa de isenção de mensalidades para alunos evadidos e à variação da taxa Selic.
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O valor ficou próximo à expectativa média de analistas em pesquisa da LSEG, que era de R$ 149 milhões.
A companhia apurou um Ebitda ajustado de R$514,5 milhões nos três primeiros meses de 2025, uma diminuição de 0,5% na comparação com o trimestre inicial do ano passado e abaixo do número esperado pelo mercado, de R$542 milhões, conforme dados da LSEG.
A redução, segundo a companhia, está diretamente relacionada aos impactos do programa de isenção dos calouros não engajados. “Desconsiderando esse efeito, o Ebitda ajustado teria apresentado um crescimento de 4%”, afirmou a Yduqs em seu balanço.
A receita líquida da empresa foi de R$ 1,5 bilhão, um incremento de 1,6% contra o primeiro trimestre de 2024.
A base total de alunos da Yduqs cresceu 1,3% no período se comparada à do ano anterior, chegando a 1,4 milhão. Atualmente, são 315,5 mil estudantes no ensino presencial, 1,06 milhão no digital e 21,7 mil na modalidade premium.
Guidance
A Yduqs anunciou previsões otimistas para o lucro líquido ajustado por ação nos próximos anos. Para 2025, a empresa projeta um lucro ajustado entre R$ 1,7 e R$ 2,0. As expectativas aumentam para 2026, com um lucro líquido ajustado por ação previsto entre R$ 2,2 e R$ 3,2.
Para 2027, espera um lucro ajustado entre R$ 3,0 e R$ 4,0. Além disso, a companhia espera um lucro líquido ajustado por ação de R$ 3,5 a R$ 4,5 anualmente entre 2028 e 2030.
Em relação ao fluxo de caixa do acionista, a empresa de educação espera um montante entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões para 2025.
Os resultados da Yduqs (BOV:YDUQ3) referente suas operações do primeiro trimestre de 2025 foram divulgados no dia 12/05/2025.
VISÃO DO MERCADO
As ações da Yduqs registravam forte desvalorização nesta terça-feira (13) após a divulgação de resultados fracos no primeiro trimestre de 2025 (1T25). Às 11h26, a ação da empresa de educação caía 9,74%, cotada a R$ 14,37.
Os números vieram 19% abaixo do estimado pelo Bradesco BBI na linha de lucro líquido ajustado, devido ao lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) 4% abaixo da projeções e despesas financeiras líquidas 7% acima.
A orientação de lucro por ação (LPA) para 2025 foi revisada para baixo para R$ 1,7 a 2,0, 4% acima do esperado pelo BBI, considerando o ponto médio da faixa. Para 2026, a Yduqs espera que o LPA cresça 46%, para R$ 2,2 a 3,2, cerca de 19% acima do estimado pelo BBI.
A empresa também anunciou uma orientação de fluxo de caixa livre (FCFE) para 2025 de R$ 500 a 600 milhões (13% do valor de mercado), com base na geração de caixa e não na dívida líquida. Espera-se que o FCFE este ano seja impulsionado em cerca de R$ 150 milhões em relação à arrecadação de 100% do financiamento estudantil com o PraValer (principalmente de medicina), que é recorrente, mas também deve incluir amortizações de anos anteriores.
O BBI vê a projeção como positiva e provavelmente acima dos R$ 420 milhões esperados pelo banco após o ajuste da orientação para juros de dívida de competência e amortização de financiamento da PraValer de anos anteriores.
O BBI manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 18.
A XP vê os resultados como mistos no 1T25, apresentando números ligeiramente negativos, mas com FCFE positivo, apoiado por uma mudança estratégica na base de financiamento estudantil.
O BTG classificou os resultados como mistos no 1T25, afetados por provisão adicional de R$ 27 milhões para alunos evadidos. O segmento premium foi o destaque, na avaliação do BTG, com receita subindo 14% na base anual e EBITDA avançando 20% ano a ano. Já o segmento digital (-13% a/a) e presencial (+5% a/a) mostraram desempenho mais fraco, pressionando margens.
Enquanto isso, a geração de fluxo de caixa para o acionista foi forte (R$ 346 milhões), permitindo queda na dívida líquida para R$ 2,88 bilhões (DL/EBITDA de 1,59 vez), mesmo após recompra de ações.
Apesar do cenário desafiador, o BTG reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 15, ancorada na geração de caixa e no foco no segmento premium.
Já Morgan Stanley avalia que os resultados fracos foram impactados por dificuldades na captação, apesar do forte desempenho do segmento Premium.
A partir do primeiro trimestre de 2025, a YDUQS passou a antecipar a cobrança de recebíveis de novos alunos com financiamento privado, por meio de instituições financeiras. Os contratos antigos permanecem inalterados — apenas os novos seguem esse modelo. Na opinião do Morgan, essa mudança tende a gerar fluxos de caixa futuros estruturalmente mais saudáveis, ao alinhar os pagamentos ao período de formatura dos alunos, diferentemente da tradicional venda pontual de recebíveis.
O Morgan Stanley manteve classificação neutra e preço-alvo de R$ 16.