As ações da Boeing (NYSE:BA) recuavam 4% na manhã nesta quinta-feira (12), pressionadas pelo trágico acidente com um 787 Dreamliner da Air India na Índia, que matou todas as 242 pessoas a bordo. O incidente, o primeiro fatal envolvendo o modelo, ocorreu minutos após a decolagem em Ahmedabad.

O voo AI171, com destino a Londres, caiu em uma área residencial próxima ao aeroporto, atingindo parte do alojamento de uma faculdade de medicina. Autoridades locais confirmaram a recuperação de mais de 200 corpos, incluindo vítimas no solo. Não houve sobreviventes, segundo a polícia de Ahmedabad.

Imagens de redes sociais mostraram o momento da queda seguido de uma explosão e nuvem de fumaça. Dados do FlightRadar24 apontam que a aeronave atingiu apenas 190 metros de altitude antes de iniciar uma descida abrupta. O jato emitiu um sinal de emergência “Mayday” antes de perder contato.

Entre as 242 pessoas, havia 217 adultos e 11 crianças, segundo a Reuters. Entre elas, dois pilotos e dez comissários de bordo, 169 eram cidadãos indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense.

O avião acidentado era um 787-8 Dreamliner entregue à Air India em 2014, com mais de 41 mil horas de voo e cerca de 7.800 decolagens, números considerados dentro da média operacional.

O capitão da aeronave acumulava 8.200 horas de voo, enquanto o copiloto tinha 1.100 horas de experiência, segundo a Direção Geral de Aviação Civil da Índia (DGCA).

A aeronave era equipada com dois motores da GE Aerospace (NYSE:GE), cujas ações também recuavam mais de 2% no momento da publicação.


O incidente ocorre às vésperas do Paris Air Show, um dos maiores eventos do setor, e ocorre em um momento de recuperação para a Boeing, que vinha retomando encomendas e ampliando a produção do Dreamliner após anos de crise envolvendo o 737 MAX.

A empresa havia recentemente fechado acordos bilionários e avançado em revisões com a FAA para aumento de produção. Agora, investidores temem reflexos nas entregas do modelo 787 e na reputação da Boeing, cuja trajetória de recuperação pode ser novamente comprometida.

Autoridades indianas, com apoio do NTSB dos EUA, investigam a causa do acidente, que poderá levar meses para ser determinada. A Air India, hoje controlada pelo Tata Group, declarou apoio total às investigações e está prestando assistência às famílias das vítimas.

A Boeing também é negociada na B3 através da BDR (BOV:BOEI34).