O Bradesco BBI revisou suas estimativas para a Eletrobras após os resultados do 1T25, mantendo a recomendação de compra e elevando os preços-alvo para o final de 2025: de R$ 53 para R$ 57 no caso de ELET3 e de R$ 58 para R$ 63 em ELET6.

Segundo o banco, ao preço atual, a ação embute uma taxa interna de retorno (TIR) real implícita de 12%, considerada atrativa em termos relativos.

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Na visão do banco, o potencial de valorização no longo prazo permanece robusto, impulsionado por uma perspectiva positiva para os preços de energia elétrica. Analistas elevaram a estimativa de preço de longo prazo para R$ 180 por MegaWatt-hora (MWh).

Para o curto prazo, eles destacam que o consenso de mercado já revisou o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de 2025 para baixo — alinhado à projeção do BBI de R$ 21,1 bilhões —, mas ainda não ajustou adequadamente o lucro líquido, que o banco estima em R$ 4,4 bilhões, contra os R$ 7,0 bilhões do consenso, indicando possível subestimação das despesas financeiras.

O BBI também considera conservadora sua projeção de EBITDA ajustado para 2025, após identificar três pontos-chave na análise do balanço energético e nos dados do 1T25: i) a inclusão de transações intercompanhias na energia comprada, o que “infla” a orientação; ii) uma provável subcontratação da ELET no mercado ACL, levando à revisão das vendas ACL para 7,5 GW médios (limite inferior da faixa de orientação); e iii) uma curva sazonal de fornecimento ACL, com maior volume no 1T25 e alocações menores nos trimestres seguintes.

Com isso, o banco projeta EBITDA ajustado trimestral de R$ 5,3 bilhões (2T25), R$ 5,1 bilhões (3T25) e R$ 5,7 bilhões (4T25), totalizando R$ 21,1 bilhões no ano. O BBI ressalta ainda que os preços spot devem ser elevados no segundo semestre de 2025, o que pode beneficiar significativamente a ELET, sobretudo no 4T25, caso os preços superem R$ 300 por MWh.

Mesmo adotando premissas conservadoras — como preços de R$ 200 por MWh para energia não contratada no segundo semestre deste ano —, o BBI mantém uma visão otimista para os resultados de 2026, com projeção de EBITDA ajustado de R$ 27,5 bilhões, o que representaria alta de 30 na base anual, refletindo maiores preços ACL e o impacto pleno da redução de despesas operacionais.

No longo prazo, o banco também elevou sua estimativa de preço de energia para R$ 180 por MWh em 2030, ante R$ 165 por MWh, citando o aumento do custo marginal de expansão das fontes renováveis. Para capturar essa alta de forma gradual, o BBI modela um crescimento progressivo nos preços, alcançando o novo patamar apenas em 2030, quando as novas linhas de transmissão entre as regiões N/NE e SE/S deverão permitir à Eletrobras (BOV:ELET3) (BOV:ELET6) ampliar seu nível de contratação e mitigar riscos de exposição ao mercado spot.

Informações Infomoney