A Ecorodovias venceu na quinta-feira (26) o leilão para continuar operando a concessão Ecovias 101, sendo a única empresa a apresentar lance. A Ecovias 101 apresentou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, na sigla em inglês) ajustado de R$ 101 milhões em 2024, e o BBI estima que esse valor poderá chegar a R$ 115 milhões no primeiro ano do novo contrato e a R$ 526 milhões no quinto ano.

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O prazo da concessão será estendido por 24 anos, até 2049, o que, segundo cálculos do BBI, pode adicionar R$ 0,40 por ação ECOR3, considerando uma taxa interna de retorno (TIR) alavancada real de aproximadamente 18%. O impacto na alavancagem seria limitado, com aumento estimado de apenas 0,07 vez na razão dívida líquida/EBITDA em 2027.

O BBI observa, no entanto, que as ações ECOR3 recuaram 0,3% no dia do leilão, o que indica que o mercado já havia precificado o resultado, dado que a entrada de concorrentes era considerada improvável.

Com o encerramento das discussões em torno do Plano Ecovias 101, o BBI acredita que a Ecorodovias (BOV:ECOR3) deve agora concentrar seus esforços na execução do plano de investimentos. Em relação a novos projetos, o foco deve recair sobre o aditivo contratual da Ecovias Imigrantes.

O BBI reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 12.

Em análise sobre o leilão de reequilíbrio da concessão da Eco101, a XP destacou que a Ecorodovias assegurou a renovação do contrato com um perfil estratégico e indicadores amplamente alinhados às estimativas do governo. Segundo a casa, isso se deve ao longo processo de negociação da companhia com a autoridade concedente, o que reduz significativamente os riscos de surpresas negativas ou positivas em relação ao projeto.

A XP também ressaltou que a Ecorodovias possui forte capacidade de financiamento, como evidenciado em leilões anteriores, o que deve permitir uma estrutura de capital com aproximadamente 80% de dívida. A estimativa é de uma taxa interna de retorno (TIR) real não alavancada na faixa de um dígito alto, sendo que a alavancagem robusta deve elevar a TIR de equity para níveis de dígito médio.

O BTG Pactual avaliou de forma positiva a nova versão do contrato da concessão Eco101, que acrescenta 10 anos ao prazo original, totalizando 24 anos de vigência, e prevê investimentos adicionais de R$ 7 bilhões — elevando o capex total da Ecorodovias para R$ 46 bilhões, valor significativamente superior ao valor de mercado atual da companhia, estimado em R$ 5,2 bilhões.

Apesar do aumento expressivo no volume de investimentos, o BTG ressalta que o risco do projeto é mitigado pelo fato de a rodovia já estar em operação e gerar EBITDA desde o início do novo contrato. A projeção é de que o EBITDA alcance R$ 336 milhões em 2026, mais que o triplo do registrado nos últimos 12 meses.

O banco também destacou que o reajuste nas tarifas de pedágio será feito em três etapas, até atingir R$ 11,97 para pistas simples e R$ 15,57 para pistas duplas, com base nos valores de janeiro de 2023. Os investimentos previstos incluem duplicações, construção de passarelas e vias marginais.

O BTG relembra que a concessão original, firmada em 2012 com 46% de desconto na tarifa, sofreu com projeções excessivamente otimistas e custos elevados. Agora, com o novo contrato formalizado, a expectativa é de que a Ecorodovias foque em eficiência operacional, desalavancagem da holding e possível reciclagem de ativos. Com o perfil de risco mais equilibrado, as ações da ECOR estariam negociando, segundo o BTG, com um retorno implícito real de 11,2%.

Por fim, o BTG reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 11.

Informações Infomoney