A Gol concluiu com êxito sua reestruturação financeira e de suas controladas nos Estados Unidos, nos termos do Chapter 11 do U.S. Bankruptcy Code, e encerrou o procedimento judicial supervisionado pelo U.S. Bankruptcy Court for the Southern District of New York.
O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:GOLL4) na sexta-feira (09).
“Hoje somos significativamente mais fortes. Racionalizamos nossa frota, otimizamos nossos custos, redesenhamos nossa malha, aprimoramos nosso foco operacional e impulsionamos nossa eficiência administrativa, o que, apoiado em uma sólida preferência do cliente, demanda robusta e um plano de cinco anos que trará mais investimentos na experiência do cliente, bem como novas rotas, nos permitirão continuar a impulsionar nosso sucesso”, afirmou Celso Ferrer, CEO.
Após levantar US$ 1,9 bilhão em financiamento de saída durante o processo judicial e quitar integralmente seu financiamento DIP, a Gol agora segue com uma posição de liquidez robusta de aproximadamente US$ 900 milhões, alavancagem significativamente reduzida de 5,4x e alavancagem líquida projetada inferior a 3x até o final de 2027.
Com balanço reforçado, a companhia destaca que está bem-posicionada para investir ainda mais na experiência do cliente e na expansão da malha.
Em virtude da operacionalização do direito de preferência, nos termos e condições da capitalização, a partir de 12 de junho de 2025, as ações de emissão da companhia, além de passarem a ser negociadas “ex-direito de preferência”, passarão a ser negociadas na B3 com novo fator de cotação (R$ por 1.000 ações), novo lote padrão de negociação (1.000 ações), novos códigos de negociação e novos códigos ISINs, conforme destacados abaixo:
GOLL53 – Ações Ordinárias | ISIN : BRGOLLA01OR8
GOLL54 – Ações Preferenciais | ISIN : BRGOLLA01PR5
Os códigos GOLL3 e GOLL4 serão transformados automaticamente em GOLL53 e GOLL54, respectivamente, os quais terão fator de cotação e lote padrão de negociação de 1.000 ações.
A negociação com os direitos de preferência na B3, que se iniciará em 12 de junho de 2025, também se dará por meio de lote padrão de negociação de 1.000 direitos e com fator de cotação de R$ por lote de 1.000 direitos.
Os bônus de subscrição de emissão da companhia, que negociam sob o código GOLL13 serão, a partir de 12 de junho de 2025, automaticamente convertidos em GOLL80 (ISIN BRGOLLN04PR2) e passarão a ser negociados em lotes de 1.000 e com fator de cotação de R$ por lote de 1.000 bônus.
Em 2024, a Gol se tornou a segunda companhia aérea brasileira, depois da Latam em 2020, a buscar proteção judicial para reestruturar suas finanças, processo conhecido como Chapter 11 nos Estados Unidos, em meio a atrasos nas entregas de aeronaves e impactos gerados pela pandemia. A Azul, concorrente da Gol, foi a terceira a entrar com pedido semelhante, buscando a Justiça norte-americana no mês passado.
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Apesar das dificuldades financeiras da Azul, as negociações para uma possível parceria entre a companhia aérea e a Gol estão em andamento, disse Ferrer. Mas um acordo final “só vai acontecer se for para acrescentar resultados. Se for para acrescentar rota, se for para acrescentar crescimento, se for melhor para todo mundo”, acrescentou.
As discussões sobre a combinação de negócios, que foram formalizadas com um memorando de entendimento em janeiro, estão sendo conduzidas pelo Abra Group, holding controladora da Gol e da colombiana Avianca.
Ambiente difícil
O setor de aviação brasileiro enfrenta diversos desafios, observou Ferrer, citando altos custos em dólar e litígios excessivos. Analistas frequentemente apontam a volatilidade econômica do Brasil e os preços do combustível de aviação, que são mais altos em comparação com as médias globais, como os principais fatores que contribuem para as dificuldades do setor.
“Estamos saindo super fortes. É um plano de cinco anos que se sustenta. A gente fez esse plano sem contar com a ajuda do governo”, disse Ferrer. “Precisamos (o setor aéreo) de uma agenda mais estruturante para resolver a longo prazo esse setor. O que eu coloquei no meu plano é um crescimento, sim, mas se a gente olhar para o potencial que tem o Brasil, ele poderia ser muito maior.”
A Gol planeja maximizar a capacidade das aeronaves, mantendo os custos baixos, para recuperar a escala pré-pandemia até 2026, disse Ferrer. Os esforços de expansão incluirão voos adicionais dentro do Brasil e rotas internacionais, especialmente na região que se estende do sul da Flórida ao sul da Argentina.
“Nossa meta é atingir a capacidade que tínhamos em 2019 até 2026. Portanto, só depois de sete anos é que retornaremos ao tamanho que tínhamos no mercado doméstico”, disse Ferrer. “Durante a crise, tivemos até 30 aeronaves paradas e teremos zero até o primeiro trimestre de 2026.”
A companhia aérea agora detém aproximadamente US$900 milhões em reservas de caixa e continua a modernização de sua frota. A Gol planeja receber cinco aeronaves Boeing 737 MAX este ano e, em 2024, concluiu a revisão de mais de 50 motores. No entanto, Ferrer disse que a empresa está “atenta às oportunidades de ter Embraer”. Atualmente, a frota da Gol é formada apenas por aeronaves da Boeing.