O Ibovespa encerrou em queda nesta quarta-feira, revertendo ganhos do início do pregão, pressionado pelas ações da Petrobras e destoando dos principais índices de Wall Street. Nos Estados Unidos, os mercados avançaram na esteira de dados fracos do setor privado, que reforçaram apostas de corte de juros e geraram novas críticas do presidente Donald Trump ao chair do Federal Reserve, Jerome Powell.
O Índice Bovespa fechou com retração de 0,40%, aos 137.001 pontos. O volume de negociação desta quarta foi de R$16,8 bilhões, levemente abaixo da média móvel dos últimos 50 pregões, de R$17,8 bilhões.
Os vértices longos da curva de juros encerraram próximos da estabilidade, sem grandes oscilações, com ênfase na cauda curta, que avançou 3,0 pontos-base, também em descompasso com as Treasuries yields, após Relatório ADP abaixo do consenso para maio, e às vésperas do relatório de Payroll, na sexta-feira.
Ao fim do dia, o dólar futuro operava em alta de 0,04%, cotado a R$5,675. O índice Dólar DXY, que mede o desempenho da moeda ante uma cesta de divisas, operava em queda de 0,41%, aos 98,84 pontos.
Em meio a um maior volume de emissões externas por companhias locais, o Tesouro anunciou, mais cedo, mandato para lançamento de títulos no mercado internacional, com emissão de um novo benchmark, com vencimento de 2030, e reabertura do atual benchmark de dez anos, o Global 2035.
De acordo com a Bloomberg, o Tesouro ofertou US$1,5 bilhão em leilão de bonds com vencimento em 2030, enquanto para 2035 a emissão foi de US$1,25 bilhão, com yields de 5,68% e 6,73%, respectivamente. Emissões internacionais pelo Tesouro servem, dentre outros fatores, para prover referência para empresas.
No front político, operadores reagiram a mais uma pesquisa eleitoral, desta vez da Genial/Quaest– que, em linha com outros levantamentos, apontou nova piora na avaliação do governo Lula, com a desaprovação atingindo 57%, maior índice registrado na série histórica. A aprovação caiu para 40%, de 41% da sondagem anterior, também pior número da série.
A pesquisa Genial/Quaest revela ainda que 44% dos entrevistados consideram a gestão Lula pior do que a do ex-presidente Jair Bolsonaro, percentual que também representa uma piora na comparação com os 43% registrados anteriormente.
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O escândalo envolvendo fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também afetou a percepção popular: 31% dos entrevistados responsabilizam diretamente Lula pelo episódio, e apenas 8% atribuem a culpa a Bolsonaro. Os dados reforçam o momento delicado enfrentado pelo governo federal, que lida com crescente insatisfação popular e impactos diretos em sua imagem política.
Na véspera, ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que haverá uma nova reunião, no domingo, com líderes do Congresso a respeito de propostas alternativas ao IOF. As medidas devem incluir mudanças no Fundeb, revisão de benefícios fiscais, limite a supersalários de servidores e antecipação de dividendos do BNDES, de acordo com Valor Econômico, que citou informações de fontes.
Alternativas como tributação de criptoativos e aumento de impostos sobre apostas (bets) também estão em discussão como medidas de compensação, segundo coluna do cientista político Thomas Traumann na Veja.
Entre as ações, as maiores detratoras do Índice Bovespa foram as PN e ON da Petrobras e as ON do Banco do Brasil, recuaram 2,75%, 2,91% e 2,74%, respectivamente.
Entre destaques nas quedas percentuais do Ibovespa, figuravam as ON da Minerva, da São Martinho e da Petz, que cederam 7,13%, 5,39% e 3,69%, na sequência.
Na ponta positiva, destaque para as ON da MRV, da Cogna e da Yduqs, que avançaram 6,89%, 4,65% e 4,39%, na mesma ordem.
Os futuros do petróleo Brent operavam em queda de 1,11%, aos US$64,89 por barril ao fim do dia, com operadores favorecendo viés cauteloso a respeito de potencial aumento de produção de petróleo pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) até setembro, em meio à pressão da Arábia Saudita por uma maior oferta, de acordo com a Bloomberg.
A Arábia Saudita quer que a Opep+ adicione pelo menos 411 mil barris por dia em agosto e possivelmente em setembro, notícia esta que pressionou para baixo, imediatamente, os futuros do Brent com vencimento em agosto. Mais cedo, estoque de petróleo EIA reportou queda nos estoques semanais de petróleo em 4,30 milhões de barris, na maior retração semanal desde novembro de 2024.
Já os futuros do minério de ferro subiram 1,37% na última madrugada em Dalian, recuperando parte das recentes perdas enquanto analistas esperam volatilidade no curto prazo. Os embarques globais avançaram levemente, o que demonstra que a oferta continua sólida.
O Itaú BBA reduziu projeções para os preços do minério de ferro na média de 2025 para US$95/t, de US$100 antes, antecipando queda das cotações para US$90 a US$95 por tonelada no segundo semestre.
Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
02/06/2025 | -0,18% | 136.786,65 | R$ 20,8 bilhões |
03/06/2025 | 0,56% | 137.546,26 | R$ 21,6 bilhões |
04/06/2025 | -0,40% | 137.001,58 | R$ 21,7 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Braskem (BRKM5)
A Braskem anunciou o investimento de R$ 4,3 bilhões para ampliar sua capacidade de produção de polietileno em 230 mil toneladas por ano no polo industrial da empresa em Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro. Saiba mais…
BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3)
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) proferiu decisão de aprovação, sem restrições, da operação de incorporação de ações de emissão da BRF pela Marfrig. Saiba mais…
Cruzeiro do Sul (CSED3)
A B3 informou sobre a extensão automática, até 31 de dezembro de 2026, do prazo da autorização para que a Cruzeiro do Sul mantenha temporariamente a quantidade de ações em circulação em patamar inferior ao previsto no Regulamento do Novo Mercado. Saiba mais…
Embraer (EMBR3)
Na terça-feira, 3, no SpaceBR Show 2025, em São Paulo, a Finep, o MCTI e a Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer, assinaram contrato de subvenção econômica para apoio ao desenvolvimento de aeronaves elétricas (eVTOLs). O projeto, orçado no valor total de R$ 191 milhões, sendo 90 milhões de subvenção econômica da Finep, e o restante contrapartida da Eve, impulsionará a mobilidade aérea urbana sustentável no Brasil. A Eve, especializada no desenvolvimento de eVTOLs, foi contemplada com uma subvenção econômica de até R$ 90 milhões. Saiba mais…
Fleury (FLRY3)
O grupo Fleury realizou o fechamento da aquisição de 100% das quotas de emissão do laboratório de análises clínicas Confiance, da Labclin Laboratório Clínico de Campinas e da Inda-Lab Análises Clínicas. Essas aquisições tinham sido anunciadas em novembro de 2024. Saiba mais…
Gerdau (GGBR4)
A Gerdau informou que sua controlada, Gerdau Trade Inc. — com sede nas Ilhas Virgens Britânicas — lançou uma oferta pública de títulos de dívida (notes) nos Estados Unidos. A nova emissão, que contará com garantias da própria Gerdau, da Gerdau Açominas e da Gerdau Aços Longos. Saiba mais…
Guararapes (GUAR3)
A diretoria executiva da B3, a Bolsa brasileira, aprovou a extensão automática de prazo para o enquadramento do free float (percentual mínimo de ações em circulação no mercado) da Guararapes de 31/12/2025 para 31/12/2026. Saiba mais…
Itaú (ITUB4)
O Itaú Unibanco realizou emissões de Letras Financeiras Subordinadas Perpétuas, no montante total de R$ 5 bilhões, em negociações com investidores profissionais. Saiba mais…