O Ibovespa fechou em firme queda nesta segunda-feira, descorrelacionando-se dos índices acionários de Wall Street, após ataque retaliatório do Irã à base militar dos Estados Unidos no Catar e Iraque ser visto como “simbólico”, o que favoreceu queda significativa do petróleo no pregão.

O Índice Bovespa encerrou com perdas de 0,41%, aos 136.550 pontos. O volume de negociação foi de R$ 20,4 bilhões, abaixo da média móvel dos últimos 50 pregões, de R$17,9 bilhões.

Os vértices da curva de juros encerraram sem direção definida, com a cauda curta e intermediária recuando até 0,5 pontos-base, em linha com as Treasuries yields, na esteira de comentários com viés favorável ao alívio monetário por dirigentes do Federal Reserve.

Ao fim do dia, o dólar futuro operava em queda de 0,25%, cotado a R$5,510. O índice Dólar DXY, que mede o desempenho da moeda ante uma cesta de divisas, recuava 0,39%, aos 98,3 pontos.

Ibovespa foi pressionado, na sessão, por desidratação ocasionada pelas perdas de Petrobras, em meio à queda significativa do petróleo Brent, na esteira de ataque considerado “limitado” pelo Irã a bases dos EUA no Catar e Iraque. Ações ligadas à commodity, como Prio, Brava e Petroreconcavo, caíram em bloco na sessão.

No noticiário econômico, mediana de projeções para a Selic ao fim de 2025 avançou a 15,0%, ante 14,75%, de acordo com Boletim Focus desta semana, após decisão do Comitê de Política Monetária, na quarta-feira, de elevar os juros em 25 pontos-base, a 15,0%. Copom ainda apontou para manutenção da Selic em patamar significativamente contracionista “por período bastante prolongado”.

Amanhã, operadores acompanharão divulgação da ata da mais recente decisão de juros. Já na quinta-feira, o BC divulgará o Relatório de Política Monetária, com coletiva de imprensa em seguida do presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, e o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen.

Ainda no mercado local, UBS elevou a recomendação para ações do Brasil para “compra”, de “neutro” antes, em razão de valuation subavaliado do mercado acionário “há um tempo”. Em relatório, o UBS afirmou que quase todo o valuation barato do Brasil é explicado pelos juros altos.

A equipe macro do UBS também avalia que a elevação da Selic a 15,0% na semana anterior provavelmente foi a última no atual ciclo de aperto monetário, e que o Copom deve iniciar o ciclo de corte de juros a partir de abril de 2026.

O UBS também cita possível mudança política no Brasil em 2026, diante da baixa aprovação do governo Lula nas recentes pesquisas, constituindo catalisador para os mercados locais.

No noticiário corporativo, BRF e Marfrig informaram que retomarão em 14 de julho assembleia para aprovar combinação de negócios entre as empresas, dando origem à MBRF.

Entre as ações, as maiores detratoras do Índice Bovespa foram as PN de Petrobras, ON de Petrobras e ON de B3, que recuaram 2,50%, 2,81% e 1,62%, respectivamente.

Entre destaques nas quedas percentuais do Ibovespa, figuravam as ON de Cosan, Vamos e PN de Raízen, que recuaram 4,67%, 4,24% e 4,07%, na sequência.

Os futuros do petróleo Brent caminhavam para a maior queda diária desde julho de 2022, recuando 7,0%, a US$71,65, diante do não fechamento do Estreito de Ormuz, temor este levantado inicialmente por operadores após ataques dos EUA contra três instalações nucleares iranianas durante fim de semana, e com retaliações menos duras que previsto pelo Irã.

Segundo o site de apostas Polymarket, as chances de fechamento do Estreito de Ormuz despencaram para 12% nesta tarde, após chegarem a superar 50% ontem.

Em uma sessão de volatilidade, o petróleo Brent futuro chegou a avançar para o campo positivo após relatos iniciais de ataques com mísseis balísticos do Irã contra bases aéreas dos EUA no Catar e Iraque. Mas a consequente interceptação dos mísseis, bem como preservação do Estreito de Ormuz, pressionou para baixo os contratos.

As tensões geopolíticas, porém, seguem presentes, com vários países – como Kuwait, Bahrein e Iraque – fechando temporariamente o espaço aéreo.

Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou contra o aumento dos preços do petróleo em publicação na Truth Social, e instou ao Departamento de Energia que favoreça mais perfurações de poços para aumentar produção.

Os futuros do minério de ferro de Dalian encerraram a sessão regular em alta de 0,5%, a US$98,25 a tonelada, diante da melhora no curto prazo de um indicador de demanda para a commodity na China.

Data Variação Pontuação Volume Financeiro
02/06/2025 -0,18%  136.786,65 R$ 20,8 bilhões
03/06/2025 0,56% 137.546,26 R$ 21,6 bilhões
04/06/2025 -0,40% 137.001,58 R$ 21,7 bilhões
05/06/2025 -0,56% 136.236,37 R$ 22,0 bilhões
06/06/2025 -0,10% 136.102,10 R$ 24,4 bilhões
09/06/2025 -0,30% 135.699,38 R$ 19,7 bilhões
10/06/2025 0,54%  136.436,07 R$ 20,5 bilhões
11/06/2025 0,51%  137.128,04  R$ 21,4 bilhões
12/06/2025 0,49% 137.799,74 R$ 28,6 bilhões
16/06/2025 1,49% 139.258,34 R$ 22,0 bilhões
17/06/2025 -0,30% 138.840,02  R$ 22,6 bilhões
18/06/2025 -0,09%  138.716,64 R$ 32,9 bilhões
20/06/2025 -1,15%  137.115,83 R$ 31 bilhões
23/06/2025 -0,41%  136.550,50  R$ 20,4 bilhões

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

  1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

    Banco do Brasil (BBAS3)

    O Banco do Brasil assinou um acordo de até US$ 700 milhões com garantia da Multilateral Investment Guarantee Agency (MIGA), do Banco Mundial, para apoiar micro, pequenas e médias empresas exportadoras e projetos sustentáveis no Brasil, afirmou o BB. Saiba mais…

    Eletrobras (ELET3)

    A 8ª Vara Federal de Justiça do Rio de Janeiro rejeitou uma ação movida pela Associação dos Empregados de Furnas (ASEF), que questionava a legalidade da desestatização da Eletrobras. Saiba mais…

    Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3)

    Uma semana após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspender a assembleia geral extraordinária (AGE) da BRF, inicialmente marcada para 18 de junho e que discutiria a proposta de fusão com a Marfrig em resposta a pedidos de acionistas minoritários, a Marfrig anunciou que a AGE será retomada em 14 de julho de 2025. Saiba mais…

    Méliuz (CASH3)

    A Méliuz anunciou a aquisição de Bitcoin (BTC), ao custo total de aproximadamente US$ 28,61 milhões (cerca de R$ 157 milhões). Com a operação, a empresa adiciona 275,43 BTC ao seu estoque, praticamente dobrando o total do criptoativos para 595,67 unidades, acumuladas a um preço médio de US$ 102.702,84 por BTC. No total, o caixa em Bitcoin da empresa vale aproximadamente R$ 331 milhões pelos preços de hoje. Saiba mais…

    Minerva (BEEF3) 

    O Conselho de Administração da Minerva aprovou a homologação do Aumento de Capital, no montante de R$ 2 bilhões, com a emissão de 386.847.196 novas ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal, com a atribuição de 193.424.846 bônus de subscrição como vantagem adicional. Saiba mais…

    MRV (MRVE3) 

    O Conselho de Administração da MRV Engenharia autorizou, por unanimidade, a recompra de até 6,08 milhões de ações ordinárias da companhia, para cancelamento, manutenção em tesouraria ou posterior venda, além da celebração de novas operações com derivativos lastreados nessas ações. Saiba mais…

    Natura & CO. (NTCO3)

    A Natura &Co Holding e a Natura Cosméticos informaram que, foi aprovada a data de 1° de julho de 2025 como a data de consumação da incorporação (fechamento). Saiba mais…

    Petz (PETZ3)

    A Petlove apresentou recurso contra a fusão entre a Petz e a Cobasi, aprovada sem restrições pela Superintendência-Geral (SG) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no início de junho. O recurso entrou no sistema nesta segunda-feira, 23. Saiba mais…

    PRIO (PRIO3)

    A petroleira Prio prevê atingir produção de mais de 200 mil barris por dia (bpd) no ano que vem, ante 100 mil bpd no ano passado, afirmou nesta segunda-feira seu presidente, Roberto Monteiro, em evento de comemoração pelos 10 anos da companhia. Saiba mais…

    Tenda (TEND3) 

    A construtora Tenda comunicou que foi liquidada a primeira integralização da venda de carteira pró-soluto vinculada à emissão de certificados de recebíveis imobiliários (CRI) pela Opea Securitizadora. Saiba mais…

    (Com informações da TCMover e Momento B3)