As ações do McDonald’s (NYSE:MCD) caíram 1,4% no pré-mercado de terça-feira (10), chegando a US$ 300,50, após receber seu terceiro rebaixamento recente por analistas de Wall Street.

O McDonald’s também é negociado na B3 através da BDR (BOV:MCDC34).

Chris Luyckx, da Redburn Atlantic, reduziu sua recomendação de Compra para Venda, cortando o preço-alvo de US$ 319 para US$ 260.

O principal motivo apontado é a ameaça dos medicamentos para perda de peso GLP-1, que diminuem o apetite dos consumidores. Luyckx alerta que a tendência dos remédios contra obesidade pode reduzir as vendas do McDonald’s em até 10% ao longo do tempo, especialmente entre clientes de baixa renda.

A Redburn destaca que o efeito desses medicamentos será cumulativo, provocando alterações nos hábitos alimentares não só do usuário, mas também das refeições em grupo, prejudicando a demanda tradicional da rede de fast-food.


O Morgan Stanley também rebaixou o McDonald’s de Overweight para Equal-Weight, com preço-alvo ajustado de US$ 329 para US$ 324. O analista Brian Harbour ressalta que o poder de precificação da empresa está diminuindo e que o prêmio pago pelas ações pode estar exagerado.

Apesar dos ajustes negativos, o McDonald’s mantém inovação no cardápio, como as tiras de frango McCrispy, e boas ações promocionais, como a campanha Minecraft, que tem atraído consumidores. No entanto, a reação do mercado tem sido cautelosa.

No primeiro trimestre, as vendas globais recuaram 1%, com queda de 3,6% nos EUA, mostrando dificuldades no consumo. A empresa busca crescimento em bebidas e na plataforma McValue, mas enfrenta pressão inflacionária, principalmente na Europa, por custos de carne bovina.

Em geral, o consenso entre 38 analistas indica uma recomendação média de “Outperform”, com preço-alvo médio de US$ 335,45, sugerindo potencial valorização. Ainda assim, a onda de rebaixamentos apresenta riscos estruturais que podem limitar ganhos.