Esse é o Morning Call ADVFN, 11 de junho de 2025, com tudo o que você precisa saber antes da Bolsa abrir!
Bolsas mundiais: Os futuros americanos operam no campo negativo, os mercados aguardam a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, que pode influenciar diretamente os rumos da política monetária do Federal Reserve. A expectativa é de aceleração da inflação em maio, o que poderá recalibrar as apostas sobre futuros movimentos na taxa de juros americana.
Além disso, as relações comerciais entre Estados Unidos e China ganharam novo capítulo após as delegações de ambos os países anunciarem um acordo preliminar sobre um “marco geral” para superar as diferenças comerciais.
Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em baixa, pressionados pela falta de detalhes sobre o acordo comercial entre Estados Unidos e China, o que gerou frustração entre investidores. Além disso, o mercado volta as atenções para os dados de inflação ao consumidor, que serão divulgados hoje e podem influenciar as expectativas em torno da próxima decisão de juros do Federal Reserve. Com a próxima reunião do Federal Reserve (Fed) marcada para a semana que vem, investidores acompanharão o dado em busca de sinais de que os custos das tarifas estejam sendo repassados ao consumidor — um fator que pode pesar nas decisões futuras de política monetária.
Acordo: os Estados Unidos e a China alcançaram um acordo comercial preliminar após dois dias de negociações em Londres, segundo representantes de ambos os países. Agora, o entendimento aguarda a aprovação dos presidentes das duas nações.
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, conversaram por telefone na semana anterior, buscando estabilizar as relações bilaterais, que vinham se deteriorando com acusações mútuas de descumprimento do acordo de Genebra. Em maio, durante encontro na Suíça, as duas maiores economias do mundo concordaram em suspender por 90 dias as tarifas adicionais aplicadas em abril, além de reverter algumas outras medidas.
Um dos principais pontos do entendimento envolve as restrições chinesas às exportações de terras raras para os EUA, consideradas uma “parte fundamental” do pacto, segundo Lutnick. Ele acrescentou que os Estados Unidos esperam resolver a questão durante a implementação do acordo e, em contrapartida, poderiam reverter as restrições recentes à venda de tecnologia avançada para a China, desde que Pequim aprove as exportações de terras raras.
Lutnick, secretário de Comércio dos EUA, informou que ele e o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, retornarão a Washington para buscar a aprovação de Trump ao esboço do acordo. Caso Xi Jinping também dê seu aval, o acordo poderá ser implementado.
Na Europa, as bolsas operam em alta, impulsionados pelo otimismo em relação ao progresso nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos. Os investidores acompanham nesta quarta-feira o relatório de acompanhamento salarial do Banco Central Europeu (BCE), além de discursos de membros do conselho da instituição, incluindo Gabriel Makhlouf, Piero Cipollone, Philip Lane e Claudia Buch, bem como do formulador de políticas Yiannis Stournaras. No Reino Unido, a ministra das Finanças, Rachel Reeves, divulga uma revisão de gastos, atraindo atenção do mercado para possíveis mudanças na política fiscal britânica.
Na Ásia, os mercados fecharam em alta, após EUA e China chegarem a um acordo preliminar sobre o comércio entre as duas maiores economias do mundo. Liderando o movimento na Ásia, o índice sul-coreano Kospi subiu 1,23% em Seul, a 2.907,04 pontos, enquanto o Hang Seng avançou 0,84% em Hong Kong, a 24.366,94 pontos, o japonês Nikkei teve alta de 0,55% em Tóquio, a 38.421,19 pontos, e o Taiex registrou ganho de 1,02% em Taiwan, a 22.470,10 pontos. Na China continental, o Xangai Composto avançou 0,52%, a 3.402,32 pontos, e o Shenzhen Composto subiu 0,71%, a 2.024,50 pontos.
Ontem, autoridades dos EUA e da China chegaram a um consenso sobre uma “estrutura” para estender a trégua comercial alcançada no mês passado e solucionar a questão de restrições chinesas a exportações de minerais de terras raras e ímãs, após dois dias de intensas discussões em Londres. O acordo será submetido agora à aprovação dos presidentes Donald Trump e Xi Jinping. Os dois países haviam trocado acusações recentemente de violações à trégua estabelecida antes em negociação feita em Genebra.
Petróleo:
Os futuros internacionais de petróleo WTI estão sendo negociados a US$ 65,26 (+0,43%).
O Brent é negociado a US$ 67,05 (+0,25%).
Bitcoin:
Negociado a US$ 109.591,98 (-0,21%).
Ouro:
Negociado a US$ 3.332,07 a onça-troy (+0,14%).
Minério de ferro:
O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, +1,00%, a 707 iuanes (US$ 98,36).
Brasil:
Descontrole fiscal e Impostos: O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou na terça-feira, 10, que o governo vai propor uma alíquota única de 17,5% de Imposto de Renda sobre rendimentos de aplicações financeiras, e disse que também será proposto aumentar tributação de Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 20%.
Atualmente, resgates feitos em até 180 dias têm incidência de Imposto de Renda de 22,5%. As cobranças caem para 20% no caso de aplicações de 181 a 360 dias e descem a 17,5% para as de 361 a 720 dias, chegando a 15% para as superiores a 720 dias. Pela nova regra, a cobrança será de 17,5% independentemente do prazo.
Em relação à taxação mais alta da distribuição de JCP por empresas a acionistas, Haddad afirmou que a medida –já apresentada anteriormente pelo governo e não aprovada pelo Congresso– estava fora das discussões iniciais, foi incluída.
Economia:
✔️ O ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto criticou na terça-feira a condução da política fiscal adotada pelo governo federal, utilizando a alta decretada no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) como exemplo dos problemas da atual gestão econômica. Durante evento da holding financeira B.Side, na capital paulista, ele classificou o tributo como uma medida que restringe o fluxo de capital no longo prazo.
✔️ Financiamentos habitacionais. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, anunciou na terça-feira que a autoridade monetária deve apresentar em breve um novo modelo para financiamentos habitacionais baseado em captações de mercado. A declaração foi feita durante evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A proposta surge em um momento em que o mercado imobiliário enfrenta desafios relacionados ao acesso ao crédito e às altas taxas de juros. O modelo tradicional de financiamento habitacional tem dependido historicamente dos recursos da poupança, que são direcionados para o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
✔️ Impostos: a proposta do governo federal de instituir uma alíquota única de 17,5% para aplicações de renda fixa, confirmada pelo ministro Fernando Haddad na terça-feira (10), deve alterar o comportamento de investidores e a estratégia dos emissores no mercado financeiro.
Atualmente, produtos como CDBs, Tesouro Direto e debêntures seguem uma tabela regressiva de imposto de renda, na qual aplicações de longo prazo pagam menos imposto. A nova regra, ao unificar a alíquota, elimina esse incentivo e pode provocar uma migração em massa para investimentos de curto prazo.
Especialistas preveem que a mudança pressionará bancos e instituições financeiras a oferecerem retornos maiores para manter atrativos os papéis de prazos mais longos. “Sem o benefício fiscal, o investidor tende a evitar prazos longos por conta do risco. O mercado deve se reorganizar”, afirma Fernando Siqueira, da Eleven Financial. A expectativa é de um forte aumento nas emissões até o fim de 2025, antes da entrada em vigor das novas regras, prevista para 2026, em respeito ao princípio da anualidade.
✔️ Fed: Scott Bessent cotado para Fed após Powell. Secretário do Tesouro americano é avaliado como possível sucessor de Jerome Powell na presidência do Fed. Decisão pode impactar política monetária global e fluxo de capitais para emergentes como Brasil.
✔️ Aura Minerals de olho na Nasdaq. Mineradora quer listagem dupla nos EUA para acessar capital internacional e aumentar liquidez. Estratégia comum entre empresas que querem escala global.
Agenda Econômica:
🇧🇷 09h00 – IBGE: Pesquisa Industrial Mensal Regional de abril
🇺🇸 09h30 – EUA/Deptº do Trabalho: Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de maio ⚠️
🇺🇸 11h30 – EUA/DoE: estoques de petróleo da semana até 6/6
🇧🇷 14h30 – BC: Fluxo cambial semanal
Eventos ⚠️
🇺🇸 11h00 – EUA: Secretário do Tesouro, Scott Bessent, fala na Câmara dos Representantes
🇺🇸 16h30 – EUA: Bessent testemunha no Comitê de Apropriações do Senado sobre orçamento fiscal
Ibovespa e dólar no último pregão:
Ibovespa:
Referência do mercado brasileiro, o principal índice fechou em alta de 0,54%, aos 136.436 pontos. O volume de negociação foi de R$ 20,5 bilhões.
Maiores altas do Ibovespa
VAMO3 |
+5.88%
|
R$ 4,68
|
BRKM5 |
+4.67%
|
R$ 10,76
|
CSNA3 |
+4.10%
|
R$ 8,64
|
PETR3 |
+3.65%
|
R$ 32,38
|
RECV3 |
+3.49%
|
R$ 14,83
|
Maiores baixas do Ibovespa
EMBR3 |
-2.43%
|
R$ 65,86
|
BBSE3 |
-2.15%
|
R$ 35,50
|
CXSE3 |
-2.11%
|
R$ 14,40
|
USIM5 |
-1.52%
|
R$ 5,17
|
WEGE3 |
-1.26%
|
R$ 42,30
|
Dólar:
O dólar fechou em alta de 0,14%, a R$ 5,5704.
IFIX:
O índice fechou em queda de 0,25%, aos 3.407,79 pontos, registrando o segundo dia consecutivo de recuo.
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