As ações da Novo Nordisk recuaram 5,9% em verificação feita no início da tarde de segunda-feira (23), após a divulgação dos resultados de seu medicamento experimental para perda de peso, o CagriSema.
A Novo Nordisk também é negociada na B3 por meio da BDR (BOV:N1VO34), que simultaneamente caíam 6,2%.
Embora os dados tenham mostrado eficácia relevante, ficaram abaixo das expectativas de investidores, especialmente diante da concorrência crescente da Eli Lilly (NYSE:LLY) (BOV:LILY34).
Nos testes, pacientes com obesidade que usaram CagriSema perderam em média 22,7% do peso em 68 semanas, contra 2,3% no grupo placebo. Mesmo assim, analistas apontaram que o resultado ficou abaixo da meta simbólica de 25% estabelecida pela própria companhia.
Entre pacientes com diabetes, o medicamento reduziu o peso em média 15,7%, comparado a uma queda de 3,1% com placebo. Apesar dos efeitos positivos, investidores avaliaram que os dados não foram suficientes para superar a liderança da rival Eli Lilly no segmento.
Analistas do Citi destacaram que superar a tirzepatida da Lilly em apenas 2% a 3% não sustenta a narrativa de que o CagriSema poderia ser um substituto superior. A Lilly, por sua vez, segue forte com seu medicamento Zepbound, comercializado por US$ 499 mensais nos EUA.
O CagriSema combina semaglutida, princípio ativo do Ozempic, com a cagrilintida, um análogo da amilina, buscando ampliar os efeitos de saciedade. O perfil de segurança do novo composto foi considerado semelhante ao do Ozempic.
Paralelamente, a Novo Nordisk encerrou sua recente parceria com a Hims & Hers Health (NYSE:HIMS), alegando práticas ilegais na manipulação em massa e marketing enganoso de versões não autorizadas do Wegovy. Isso levou as ações da Hims a despencarem quase 30%.
A Novo informou ainda que não permitirá mais que clientes da Hims adquiram o Wegovy por meio da Farmácia NovoCare. A farmacêutica denunciou que medicamentos falsificados estavam sendo produzidos com ingredientes de fornecedores estrangeiros, incluindo fabricantes na China.