A PetroReconcavo assinou um contrato para comprar da Brava Energia 50% de ativos de midstream de gás natural localizados no estado do Rio Grande do Norte.

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Os ativos em questão compreendem duas unidades de processamento de gás natural (UPGNs), cada uma com capacidade de 1,5 milhão de metros cúbicos por dia (MMm³/dia), sendo uma em operação (UPGN III) e uma hibernada (UPGN II), equipamentos auxiliares à operação, incluindo sistemas de recebimento, compressão e armazenamento de derivados líquidos, bem como, um gasoduto que interliga a produção de gás natural da PetroReconcavo e de outros campos operados pela Brava às referidas UPGNs.

A operação dos ativos será regulada por um joint operating agreement (JOA), que passará a ser válido no fechamento da transação. A Brava (BOV:BRAV3) permanecerá como operadora dos ativos, e será estabelecido um comitê operacional formado por representantes de ambas as partes, com a finalidade de estabelecer princípios orçamentários, de custo e de eficiência para a operação dos ativos.

O valor total da transação é de US$ 65 milhões, a serem pagos pela PetroReconcavo (BOV:RECV3) à Brava. “A companhia analisa a possibilidade de contratar um novo financiamento para cobrir até 100% do valor da transação, e manterá o mercado devidamente informado sobre este tema à medida que eventuais contratos sejam assinados”, afirmou a PetroReconcavo.

Já a Brava destacou que a parceria no midstream de gás natural do Rio Grande Norte visa “aprimorar a eficiência e maximizar a utilização dos ativos de infraestrutura, além de reduzir custos operacionais”.

As partes assinaram também contrato de compra e venda de gás natural no qual a PetroReconcavo fornecerá gás rico à Brava, por um período de 6 anos.

O fornecimento será de 75 mil metros cúbicos diários (Mm³/dia) a partir de 1 de julho de 2025, de 150 Mm³/dia de 2026 a 2030, e retornará para 75 Mm³/dia no primeiro semestre de 2031.

VISÃO DO MERCADO

Às 10h56, a ação da Brava subia 0,98%, a R$ 19,52, enquanto RECV3 subia 0,62%, a R$ 14,51.

O time da Genial Investimentos avalia a transação como positiva para a Brava, pois permite a monetização parcial de ativos midstream, gerando caixa relevante e otimizando a utilização da infraestrutura instalada.

De acordo com a Genial, o compartilhamento de ativos com a PetroRecôncavo pode aumentar a eficiência operacional e assegura previsibilidade de receita da compradora.

A corretora ainda ressalta que essa operação deve ajudar a empresa a manter seu endividamento sob controle.

Já o BTG lembra que a tese de investimento da Brava evoluiu com a integração dos ativos e maior estabilidade operacional. A empresa deve agora focar na geração de fluxo de caixa e na desalavancagem, considerados pontos essenciais para destravar valor e viabilizar a distribuição de dividendos mais robustos. O banco reduziu o preço-alvo de R$ 32 para R$ 28, com base em uma nova projeção para o Brent a US$ 65 por barril.

Apesar do potencial de valorização, o BTG acredita que o mercado adotará uma postura cautelosa até que haja maior visibilidade sobre a geração de fluxo de caixa livre para os acionistas e a redução da dívida. O movimento recente de governança, que inclui a revisão da poison pill e a operação de total return swap (TRS) nas ações, é considerado positivo e pode fortalecer o alinhamento entre os acionistas.

O BTG estima um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciaçaõ e amortização) ajustado de US$ 900 milhões para 2025 e US$ 1 bilhão para 2026.

Informações Financenews