O aguardado lançamento do robotáxi não provocou o impulso esperado pelo mercado nas ações da Tesla (NASDAQ:TSLA). Na semana do anúncio, os papéis da montadora subiram apenas 0,5%, encerrando em torno de US$ 323,15, enquanto o S&P 500 avançou de forma mais sólida.
A Tesla também é negociada na B3 por meio da BDR (BOV:TSLA34).
A reação morna refletiu a cautela dos investidores com a escalabilidade do novo serviço, que estreou em Austin, Texas. Apesar de transportar passageiros sem motorista, o robotáxi registrou diversos erros operacionais e já soma 16 incidentes de segurança em quatro dias, gerando críticas à tecnologia FSD da Tesla.
A empresa também enfrenta um possível corte nos incentivos fiscais a veículos elétricos. O Senado dos EUA discute uma proposta que encerraria os créditos já em setembro, antecipadamente. Isso afetaria diretamente a demanda por produtos da Tesla, que também depende de subsídios para sistemas de bateria e energia solar.
No radar dos investidores, estão agora os números de entregas do segundo trimestre, a serem divulgados na quarta-feira. A expectativa de Wall Street gira em torno de 386 mil unidades, uma queda anual de 13%. Estimativas mais recentes apontam para até 355 mil veículos, o que significaria um recuo de 20% ante 2024.
A Tesla já havia sofrido com a queda de 13% nas entregas do primeiro trimestre. O lucro por ação também deve vir abaixo: analistas projetam US$ 0,44 no 2T25, ante US$ 0,52 um ano antes. No início do ano, esperava-se EPS de US$ 0,85, o que significa uma forte deterioração nas margens.
Outro foco é o aguardado novo modelo de carro, previsto ainda para este ano. A falta de detalhes oficiais, no entanto, tem frustrado expectativas.
Por último, a Tesla enfrenta agora concorrência da chinesa Xiaomi, que recebeu 300 mil pedidos em uma hora por seu novo SUV YU7, vendido a US$ 35,6 mil, preço mais baixo que o Model Y. A Xiaomi já superou a Tesla em vendas de sedãs na China e agora avança rapidamente em participação de mercado.