O vínculo observado de perto e antes estreito entre um dos dois homens mais poderosos do mundo, o presidente dos EUA Donald Trump e Elon Musk, CEO da Tesla, sofreu uma ruptura pública dramática que se encontra estampada nas principais manchetes dos veículos de notícias de finanças.

A discordância começou devido às críticas de Musk ao projeto tributário apoiado por Trump, especialmente pela retirada dos créditos fiscais para veículos elétricos.

Trump reagiu duramente, rotulando Musk como “louco” e ameaçando rescindir bilhões em contratos governamentais com suas empresas, incluindo SpaceX e Tesla.

O presidente afirmou estar decepcionado, lembrando que ajudou Musk em diversas ocasiões anteriores, inclusive durante sua campanha eleitoral.

Musk retrucou rapidamente nas redes sociais, minimizando a importância das ameaças.

Ele destacou que, sem seu apoio financeiro que supera US$ 250 milhões, Trump teria perdido as eleições, e chamou a postura do presidente americano de ingrata.

O papel político de Musk mais uma vez rendeu desgastes a Tesla. As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) fecharam o dia com um tombo de 14,26%, cotadas a US$ 284,70. Na semana, as ações somam um recuo de 24,2%, depois de caíram por 5 sessões nos últimos 7 dias de negociação.

A Tesla também é negociada na B3 através da BDR (BOV:TSLA34), que perderam somente hoje 16,79%, fechando em R$ 48,79 reais, marcando uma baixa semanal semelhante de 24,50%.

Investidores se preocupam com as consequências financeiras dessa disputa, com o mercado mostrando sensibilidade à influência política de Musk e à instabilidade dessa relação.

Foi eliminado do valor de mercado da Tesla cerca de US$ 150 bilhões, caindo abaixo de US$ 1 trilhão pela primeira vez desde 9 de maio.

Musk, em resposta às ameaças feitas por Trump de encerrar contratos governamentais, também anunciou que a SpaceX começará imediatamente a desativar sua nave espacial Dragon, essencial para o transporte de astronautas para a Estação Espacial Internacional.

A ruptura ganhou contornos ainda mais pessoais quando Musk sugeriu, em uma postagem provocativa, a possível ligação de Trump aos controversos e polêmicos arquivos Epstein, postagem a qual potencializa danos na reputação de ambos os lados.

Tradução da postagem: “‘Hora de soltar a bomba de verdade: @realDonaldTrump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos. Tenha um bom dia, DJT!'”

Paralelamente, Trump também retirou a nomeação de Jared Isaacman, aliado de Musk, para liderar a NASA, alegando sua filiação ao Partido Democrata. Musk lamentou a decisão como um duro golpe para a agência espacial.


A faceta política de Musk tem sido apontada como um dos fatores por trás da queda nas vendas na Europa e certamente contribuiu para a montanha-russa vivida pelas ações da Tesla.

A vulnerabilidade corporativa torna-se evidente diante de mudanças políticas abruptas, que inevitavelmente levantam dúvidas sobre a continuidade dos subsídios governamentais às empresas de Musk, especialmente nos setores de veículos elétricos e exploração espacial.