A ASML (NASDAQ:ASML) superou as expectativas de analistas com lucro líquido de € 2,29 bilhões e receita de € 7,7 bilhões no segundo trimestre. As reservas também surpreenderam positivamente, somando € 5,54 bilhões, bem acima dos € 4,19 bilhões estimados pelo consenso.
Apesar dos bons resultados, a companhia holandesa de equipamentos para chips reduziu sua previsão anual e alertou que não pode garantir crescimento em 2026. A nova projeção para 2025 indica alta de 15% nas vendas, com receita estimada em € 32,5 bilhões, valor no piso da faixa anterior entre € 30 e € 35 bilhões.
O pessimismo em relação a 2026 decorre de incertezas geopolíticas e tarifárias. O CEO Christophe Fouquet destacou que, embora os fundamentos ligados à demanda por chips de inteligência artificial permaneçam fortes, o cenário macroeconômico torna incerta qualquer confirmação de crescimento no próximo ano.
A companhia também frustrou as expectativas para o terceiro trimestre, projetando receita entre € 7,4 bilhões e € 7,9 bilhões, enquanto o mercado previa cerca de € 8,3 bilhões.
As ações da ASML despencaram após a divulgação do relatório: recuavam 10,8% nos EUA, a US$ 734,75, e mais de 7% na Bolsa de Amsterdã. Analistas do UBS projetam corte de até 10% nas estimativas de lucro por ação para 2026, com base nas margens e no novo mix de receitas.
Entre os clientes da ASML estão gigantes como Intel, TSMC e Samsung, que dependem de suas máquinas de litografia ultravioleta extrema (EUV), indispensáveis para chips avançados usados em IA. No trimestre, a empresa entregou sua nova máquina High NA, peça-chave para futuras gerações de semicondutores.
A empresa ainda enfrenta desafios com atualizações tecnológicas e pressões regulatórias dos EUA e Europa. O CFO Roger Dassen afirmou que até peças e módulos podem ser atingidos por tarifas, complicando a cadeia de suprimentos e prejudicando a previsibilidade dos negócios da ASML.