(18/07/2025):  A indústria  registrou uma piora nas condições financeiras ao longo do segundo trimestre em comparação com o primeiro, segundo a Sondagem Industrial da CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgada nesta sexta-feira (18).

O índice de satisfação dos industriais com as finanças dos negócios caiu 0,4 ponto, a 48,4 pontos, ficando mais distante da linha de 50 pontos e indicando maior insatisfação em relação aos três primeiros meses do ano.

A CNI destaca em seu levantamento o crescente temor entre os empresários sobre os juros do país. As taxas elevadas foram apontadas como uma das principais preocupações por 29,5% dos empresários consultados, alta de 2,4 pontos percentuais ante o primeiro trimestre.

Em 2024, o BC (Banco Central) interrompeu um ciclo de arrefecimento dos juros que vinha trabalhando desde o ano anterior. Desde janeiro, os diretores da autarquia seguiram endurecendo a taxa Selic, tendo colocado ela em 15% ao ano na reunião de junho.

A Sondagem Industrial indica que o setor apresentou maior dificuldade para obter financiamentos no período: o índice de facilidade de acesso ao crédito caiu 0,5 ponto, para 39,9 pontos.

“A piora das condições financeiras das empresas reflete a desaceleração da economia e os juros altos. Essa combinação prejudica o faturamento e aumenta alguns custos para a indústria, o que faz com que os empresários sintam um aperto financeiro cada vez maior”, avalia Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da CNI.

Outros temores destacados pelos industriais foram a alta carga tributária, apontado por 36,7% dos empresários; e a demanda interna insuficiente, lembrado por 28,3%.

Enquanto isso, o setor vê a Utilização da Capacidade Instalada subindo. Após fechar o último ano em queda, o indicador voltou a subir entre os meses de maio em junho, atingindo 71%.

Contudo, a atividade industrial teve desempenho negativo em junho, com o índice de evolução da produção registrando 47,2 pontos, indicando queda em relação a maio, quando bateu 52 pontos.

Os índices da pesquisa que medem as expectativas – exportação, demanda, compras de insumos e matérias-primas e empregados – registraram queda, porém, seguem em patamar positivo, sugerindo, segundo a CNI, “que os empresários ainda acreditam em alta […] nos próximos seis meses”.

(CNI)