(30/07/2025):  O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, decidiu pela manutenção da taxa de juros em decisão nesta quarta-feira, 30. A decisão veio em linha com as projeções do mercado.

Com isso, os juros nos EUA seguem na faixa de 4,25% a 4,50% conforme a decisão do Fed desta quarta.

No comunicado (veja na íntegra ao fim do texto), o banco central americano declarou que, apesar das oscilações nas exportações líquidas, os indicadores econômicos sinalizam que o crescimento da atividade econômica ‘moderou’ neste primeiro semestre, corroborando a decisão de manutenção de juros.

“A taxa de desemprego permanece baixa e as condições do mercado de trabalho continuam sólidas. A inflação segue um pouco elevada”, disse a autoridade monetária dos EUA.

O indicador de atividade econômica divulgado mais recentemente pelos EUA mostrou uma alta de 3% no Produto Interno Bruto (PIB) entre abril e junho. Os dados foram divulgados também nesta quarta-feira, 30, pelo Departamento de Comércio, e superaram projeções de analistas.

A decisão não foi unânime dentre os membros do board do Federal Reserve.

Votaram a favor da manutenção de juros:

  • Jerome H. Powell (presidente)
  • John C. Williams (vice-presidente)
  • Michael S. Barr
  • Susan M. Collins
  • Lisa D. Cook
  • Austan D. Goolsbee
  • Philip N. Jefferson
  • Alberto G. Musalem
  • Jeffrey R. Schmid

Todavia, votaram para alteração de juros os membros Michelle W. Bowman e Christopher J. Waller. Esses votaram por um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.) na taxa de juros dos EUA.

Adriana D. Kugler por sua vez esteve ausente e não votou.

A posição do BC americano de manter os juros neste patamar vem em meio a um cenário de incessantes ataques do presidente Donald Trump ao Fed. Por sucessivas vezes o mandatário na Casa Branca sinalizou para uma possível demissão de Jerome Powell e pressionou a autoridade monetária para um eventual corte de juros.

Comunicado do Fed na íntegra

Embora as oscilações nas exportações líquidas continuem afetando os dados, indicadores recentes sugerem que o crescimento da atividade econômica se moderou na primeira metade do ano. A taxa de desemprego permanece baixa e as condições do mercado de trabalho continuam sólidas. A inflação segue um pouco elevada.

O Comitê busca alcançar o máximo emprego e uma taxa de inflação de 2% no longo prazo. A incerteza quanto às perspectivas econômicas continua elevada. O Comitê está atento aos riscos que afetam ambos os lados de seu duplo mandato.

Para apoiar seus objetivos, o Comitê decidiu manter a meta para a taxa dos fundos federais na faixa de 4,25% a 4,5%. Ao considerar a extensão e o momento de novos ajustes na meta da taxa dos fundos federais, o Comitê avaliará cuidadosamente os dados recebidos, as perspectivas econômicas em evolução e o balanço de riscos.

O Comitê continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro, dívidas de agências e títulos hipotecários emitidos por agências. O Comitê está fortemente comprometido em apoiar o pleno emprego e em trazer a inflação de volta à meta de 2%.

Ao avaliar a postura apropriada da política monetária, o Comitê continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas. O Comitê está preparado para ajustar a política monetária conforme necessário, caso surjam riscos que possam impedir o cumprimento de seus objetivos.

As avaliações do Comitê levarão em conta uma ampla gama de informações, incluindo indicadores das condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação, além de desenvolvimentos financeiros e internacionais.

 

(istoédinheiro)