A Ford Motor (NYSE:F) registrou uma receita recorde de US$ 50,2 bilhões no segundo trimestre de 2025, superando os US$ 45,8 bilhões esperados por Wall Street. Apesar do número histórico, a montadora reportou um prejuízo líquido de US$ 36 milhões devido a encargos extraordinários, incluindo tarifas e custos com recalls.

O lucro operacional ajustado da Ford foi de US$ 2,1 bilhões, acima dos US$ 1,9 bilhões projetados pelos analistas. O lucro por ação ajustado ficou em US$ 0,37, também superando os US$ 0,33 esperados. Os ganhos foram pressionados por US$ 800 milhões em tarifas adversas e US$ 1,3 bilhão em despesas extraordinárias.

A Ford restabeleceu sua projeção para 2025, esperando um lucro operacional ajustado entre US$ 6,5 bilhões e US$ 7,5 bilhões, uma redução em relação à estimativa inicial de até US$ 8,5 bilhões. A empresa prevê impactos tarifários líquidos de US$ 2 bilhões no ano, US$ 500 milhões acima da projeção anterior.

A divisão Ford Pro, voltada a clientes comerciais, foi o destaque do trimestre, com lucro operacional de US$ 2,3 bilhões e margem de 12,3%. A Ford Blue, de veículos tradicionais, teve lucro de US$ 661 milhões, enquanto a divisão de veículos elétricos (Model e) ampliou o prejuízo para US$ 1,3 bilhão, apesar de dobrar a receita.

As vendas de veículos aumentaram 14,2% nos EUA, com 612 mil unidades entregues no trimestre. Os estoques caíram para 101 dias de venda, abaixo dos 113 dias no final de 2024. A melhora sugere que a Ford conseguiu ajustar sua cadeia de suprimentos e oferta às necessidades do mercado.


As tarifas implementadas no segundo trimestre, incluindo o aumento de 25% para 50% sobre o aço, impactaram os custos. Mesmo com produção local representando 80% das vendas nos EUA, a Ford ainda enfrenta pressão inflacionária via fornecedores.

A Ford Credit teve lucro antes de impostos de US$ 645 milhões, uma alta de 88% em relação ao ano anterior. O fluxo de caixa operacional da companhia foi de US$ 6,3 bilhões no trimestre, com US$ 28,4 bilhões em caixa e US$ 46,6 bilhões em liquidez ao fim do período.

A Ford destacou a continuidade da transformação sob o plano Ford+, que busca alavancar software, serviços e veículos elétricos para impulsionar crescimento e margens nos próximos trimestres.

No entanto, as ações recuavam quase 4% em verificação realizada no after-market de quarta-feira (30). A Ford Motor também é negociada na B3 por meio da BDR (BOV:FDMO34). A BDR fechou em baixa de 3,5% no dia antes da divulgação do balanço, a um preço de fechamento de R$ 59,75.