O Ibovespa encerrou em queda nesta quarta-feira, destoando das bolsas americanas, com um clima de maior aversão ao risco tomando conta das negociações diante de expectativas pela divulgação da carta tarifária de Donald Trump ao Brasil.

O Índice Bovespa fechou com perdas de 1,31%, aos 137.482 pontos, acelerando perdas após Trump dizer que alíquotas ao Brasil serão divulgadas até amanhã. O volume de negociação foi de R$ 22,2 bilhões, abaixo da média móvel dos últimos 50 pregões, de R$ 16,6 bilhões.

Os vértices da curva de juros encerraram sem direção definida, com a cauda curta recuando até 1,0 pontos-base e a longa avançando até 6,0 pontos-base.

Ao fim do dia, o dólar futuro operava em alta de 0,90% a R$5,533. O índice Dólar DXY, que mede o desempenho da moeda ante uma cesta de divisas, avançava 0,02%, aos 97,50 pontos. O real registrou a pior performance ante o dólar em uma cesta de 23 divisas acompanhada pela Mover.

O movimento de queda no mercado local acentuou no início da tarde, após Trump afirmar em um evento na Casa Branca que mais cartas tarifárias seriam enviadas, incluindo uma para o Brasil, no final desta tarde ou amanhã de manhã. “O Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós. Nada bom”, afirmou.

No dia 2 de abril, quando Trump anunciou as tarifas reciprocas, o Brasil recebeu alíquota de 10% para os produtos vendidos aos EUA. A taxa foi considerada positiva, já que ficou entre as mais baixas dentre todos os países.

Mas a preocupação com as tarifas cresceu após Trump prometer cobranças adicionais a países envolvidos com o Brics. O clima entre EUA e Brasil também ficou mais pesado nos últimos dias com o presidente americano manifestando apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, e criticando o processo criminal que ele enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF).

Após os posts de Trump, o Ministério das Relações Exteriores convocou nesta quarta-feira o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos.

Em segundo plano, o mercado tambem acompanhou a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. Ele afirmou, pelo segundo dia consecutivo, que a autoridade monetária não vai flexionar o cumprimento da meta de inflação e que Copom não pode ser “leniente” com o cumprimento da meta, uma vez que o intervalo de tolerância da meta de inflação foi criado para absorver choques.

Mercado também repercutiu decisão da Câmara de aprovar urgência para projeto de lei com incentivos ao setor químico. XP avaliou que medida, se aprovada, poderia melhorar em US$500 milhões o EBITDA da Braskem, embora ressaltando que ainda há um caminho a ser percorrido para que proposta se torne lei.

Entre as ações, as maiores detratoras do Índice Bovespa foram as PN do Itaú, as ON da Vale e da Embraer, que recuaram 2,07%, 0,99% e 3,62%, respectivamente.

Entre destaques nas quedas percentuais do Ibovespa, figuravam as ON da Petroreconcavo, da Marfrig e da CVC, que cederam 5,36%, 4,73% e 4,51%, na sequência.

Na ponta positiva, destaque para as PNA da Braskem, as ON da Vamos e da BRF, que avançaram 6,02%, 2,31% e 1,67%, na mesma ordem.

Os futuros do petróleo Brent operavam em leve queda de 0,07%, aos US$70,10 por barril ao fim do dia, com os investidores de olho nos anúncios tarifários de Trump. O recuo foi limitado por fortes dados de demanda por gasolina nos EUA, ataques a navios no Mar Vermelho e uma previsão de menor produção de petróleo nos EUA.

Os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram enquanto os estoques de gasolina e destilados caíram na semana passada, informou a Administração de Informação de Energia (EIA) na tarde de hoje.

No minério de ferro, os contratos futuros subiram 0,68% na última madrugada na bolsa de Dalian, na China pela terceira sessão consecutiva.

Data Variação Pontuação Volume Financeiro
01/07/2025 0,50% 139.549,43  R$ 17 bilhões
 02/07/2025  -0,36% 139.050,93 R$ 24,0 bilhões
03/07/2025 1,35% 140.927,86 R$ 16,4 bilhões
04/07/2025 0,24% 141.263,56 R$ 8,9 bilhões
07/07/2025 -1,26% 139.489,70 R$ 17,0 bilhões
08/07/2025 -0,13% 139.302,85 R$ 18,4 bilhões
09/07/2025 -1,31% 137.480,79 R$ 22,2 bilhões

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

  1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

    B3 (B3SA3)

    A B3 anunciou o lançamento do novo contrato futuro de Ouro (ticker: GLD) em meio a um cenário de crescente interesse pelo metal como ativo de proteção e diversificação. O produto será disponibilizado para negociação a partir de 21 de julho e, segundo a bolsa brasileira, será operado em modelo similar ao dos minicontratos de índice e de dólar. Saiba mais…

    Blau Farmacêutica (BLAU3)

    A Blau Farmacêutica afirmou que não irá converter o seu empréstimo de 50 milhões de euros em capital da fracionadora de plasma humano Prothya Biosolutions. Saiba mais…

    Braskem (BRKM5) e Petrobras (PETR3/PETR4)

    A Braskem está em fase avançada nas negociações com a Petrobras sobre um novo contrato de fornecimento de etano (gás natural) para viabilizar a expansão do polo petroquímico de Duque de Caxias (RJ), segundo apuração do Valor. Saiba mais…

    Cemig (CMIG3/CMIG4)

    O conselho de administração da BME – Bolsa y Mercados Españoles Sistemas de Negociación aprovou o pedido de deslistagem das ações de emissão da Cemig do Mercado de Valores Latino-Americanos (Latibex), com efeitos a partir de 10 de julho de 2025.

    Cyrela (CYRE3)

    A Cyrela encerrou o segundo trimestre de 2025 com vendas líquidas contratadas de R$ 3,26 bilhões, alta de 37% em relação ao 2T24 e de 8% sobre o 1T25. No semestre, as vendas somaram R$ 6,29 bilhões, superando em 39% o volume registrado no mesmo período de 2024. Saiba mais…

    Eletrobras (ELET3) 

    A Eletrobras convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para o dia 8 de agosto de 2025, às 14h, com o objetivo de eleger um membro titular do Conselho Fiscal indicado exclusivamente pela União, conforme previsto em Termo de Conciliação celebrado em março e aprovado em abril. Saiba mais…

    Motiva (MOTV3)

    A Motiva apresentou um recuo de 1% no tráfego de veículos nas rodovias que administra no país em junho versus o mesmo período de 2024. Saiba mais…

    PetroReconcavo (RECV3)

    A PetroRecôncavo registrou uma produção média de 26,9 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) no mês passado. Saiba mais…

    Santos Brasil (STBP3)

    A Santos Brasil recebeu uma nova versão do laudo de avaliação elaborado pela PwC Strategy&, no contexto da oferta pública de aquisição (OPA) feita pela CMA Terminals. Saiba mais…

    Sequoia (SEQL3) 

    A Sequoia Logística e Transportes firmou com o sócio Gigahub contrato vinculante para a alienação por valor simbólico da participação societária de 51% detida pela Sequoia na GHSX Tecnologia e Intermediação (Drops). Saiba mais…

    SLC (SLCE3)

    A SLC Agrícola comunicou o resultado da avaliação de terras 2025. As terras de propriedade da Companhia foram avaliadas, pela consultoria independente Deloitte Touche Tohmatsu em R$ 13.396.230,00 ante R$ 11.591.460,00. Saiba mais…

    Syn (SYNE3) 

    A Syn assinou contrato para a venda, em conjunto com XP Malls Fundo de Investimento Imobiliário, da totalidade das quotas da Syn Laranjeira Empreendimentos Imobiliários, proprietária de 35,87% do Shopping D. Saiba mais…

    Tenda (TEND3) 

    As vendas líquidas da construtora Tenda, que inclui a marca homônima e a divisão de casas pré-fabricadas Alea, subiram 17,4% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$1,2 bilhão, segundo dados preliminares. Saiba mais…

    (Com informações da TCMover e Momento B3)