No segundo trimestre de 2025, a Intel (NASDAQ:INTC) reportou uma receita de US$ 12,9 bilhões, superando as estimativas do mercado (US$ 11,9 bilhões), mas registrou prejuízo líquido de US$ 2,9 bilhões, ou US$ 0,67 por ação. Em termos ajustados, a perda foi de US$ 0,10 por ação, afetada por reestruturações e encargos de depreciação.
O CEO Lip-Bu Tan, no comando desde março, anunciou cortes agressivos de custos, incluindo a eliminação de 15% da força de trabalho, encerrando o ano com cerca de 75 mil funcionários. A empresa também cancelou fábricas planejadas na Alemanha e Polônia e desacelerou projetos nos EUA, priorizando rentabilidade e disciplina financeira.
A unidade de fundição da Intel, criada para fabricar chips para terceiros, continua gerando prejuízos. No trimestre, a área somou receita de US$ 4,4 bilhões, mas registrou uma perda operacional de US$ 3,17 bilhões. Tan declarou que novos investimentos, como no processo 14A, só serão feitos com compromissos firmes de clientes.
A margem bruta ajustada foi de 29,7%, uma queda frente aos 38,7% do mesmo período de 2024. Já as margens GAAP recuaram para 27,5%. A empresa também registrou US$ 1,9 bilhão em despesas de reestruturação e US$ 800 milhões em impairments, impactando os resultados.
A divisão de computação para clientes (PCs) gerou US$ 7,9 bilhões, queda de 3% na base anual. Em contrapartida, o segmento de data centers e IA cresceu 4%, atingindo US$ 3,9 bilhões em vendas, um dos destaques positivos no trimestre.
Apesar do prejuízo, a Intel manteve visão otimista para o terceiro trimestre. A projeção de receita varia entre US$ 12,6 bilhões e US$ 13,6 bilhões, com margem bruta esperada de 36% (ajustada). Contudo, o lucro ajustado por ação deve ficar no zero a zero, frustrando expectativas de ganhos.
O mercado reagiu negativamente às declarações do CEO sobre a revisão da fundição. As ações recuavam até 9% em verificação realizada na tarde de sexta-feira (25), após Tan sugerir que o avanço da tecnologia 14A dependerá da adesão de grandes clientes externos.
A Intel também é negociada na B3 por meio da BDR (BOV:ITLC34), que simultaneamente recuava 9,1%, para R$ 19,08.
Analistas demonstraram ceticismo quanto à sustentabilidade da operação. Internamente, Tan reforçou que todos os projetos de chips passarão por sua aprovação pessoal antes da produção.
O foco será em otimizar o portfólio e capturar oportunidades no segmento de IA, ainda dominado pela Nvidia (NASDAQ:NVDA) (BOV:NVDC34) e AMD (NASDAQ:AMD) (BOV:A1MD34), que mantêm margens acima de 70%, enquanto a Intel opera com menos da metade disso.
A Intel pretende reduzir suas despesas operacionais para US$ 17 bilhões em 2025 e US$ 16 bilhões em 2026. No entanto, a pressão por resultados melhores e um caminho claro para a liderança em chips continua no radar dos investidores.