Esse é o Morning Call ADVFN, 30 de julho de 2025, com tudo o que você precisa saber antes da Bolsa abrir!
Bolsas mundiais: Os futuros americanos operam no campo positivo com atenções voltados para decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) e resultados das big techs Meta e Microsoft. A expectativa geral é que Fed mantenha a taxa básica de juros na faixa de 4,25% a 4,5%.
Nos Estados Unidos, os índices futuros operam no azul. As negociações comerciais entre EUA e China terminaram sem a prorrogação da suspensão tarifária atualmente em vigor, mas o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o presidente Trump tomará uma ‘decisão final’ sobre o tema em breve.
Os investidores estarão atentos para decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) e resultados de Meta e Microsoft. A expectativa geral é que Fed mantenha a taxa básica de juros na faixa de 4,25% a 4,5%, embora possa haver uma rara divergência de alguns funcionários do banco central em favor de custos de empréstimos mais baixos.
Após o anúncio, os investidores acompanharão a coletiva de imprensa com o presidente do Fed, Jerome Powell, em busca de sinais sobre os próximos passos da política monetária. A decisão ocorre em meio a pressões do presidente Donald Trump e seus aliados por cortes na taxa de juros.
Os investidores também analisarão uma série de dados econômicos esta semana, incluindo a leitura do Produto Interno Bruto (PIB) e os dados da folha de pagamento do setor privado, que serão divulgados hoje. Wall Street encerrará a semana repleta de dados com o importante relatório de empregos (payroll) de julho, na sexta-feira.
Na Europa, as bolsas operam sem direção única, enquanto investidores avaliam uma série de balanços corporativos da região, incluindo dos gigantes bancários Santander, HSBC e UBS, e o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, que garantiu inesperada expansão no segundo trimestre, apesar de temores sobre o impacto da política tarifária dos EUA. O índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,11%, a 550,95. pontos.
As ações do espanhol Santander e do britânico HSBC amargavam quedas de mais de 2%. A do suíço UBS avançava 1,6%. A Adidas, porém, era o maior destaque negativo, com perdas de 7,3% em Frankfurt, após o fabricante de artigos esportivos alemão alertar que as tarifas do governo Trump deverão impulsionar os custos de seus produtos destinados aos EUA em até 200 milhões de euros no segundo semestre.
A economia da zona do euro mostrou certa resiliência à ofensiva tarifária de Trump. No segundo trimestre, o PIB da região cresceu 0,1% ante os três meses anteriores, superando previsão de que ficaria estável.
Apenas o PIB francês surpreendeu positivamente, com alta de 0,3% no período, mas os da Alemanha e da Itália encolheram, frustrando previsões de alta. Investidores na Europa também estão na expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), que deverá mais uma vez deixar seus juros inalterados na tarde de hoje, diante das incertezas dos efeitos econômicos das tarifas americanas.
Na Ásia, os mercados fecharam sem direção única, após EUA e China encerrarem sua última rodada de discussões comerciais sem um acordo. O índice japonês Nikkei teve baixa de 0,05% em Tóquio, a 40.654,70 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,74% em Seul, a 3.254,47 pontos, o Hang Seng recuou 1,36% em Hong Kong, a 25.176,93 pontos, e o Taiex subiu 1,12% em Taiwan, a 23.461,72 pontos.
Na China continental, o Xangai Composto garantiu modesta alta de 0,17%, a 3.615,72 pontos, o Shenzhen Composto caiu 0,74%, a 2.205,79 pontos.
Altos funcionários dos governos americano e chinês concluíram ontem uma rodada de discussões tarifárias em Estocolmo, na capital sueca, sem anunciar uma esperada extensão da trégua comercial em vigor. Segundo o diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, Kevin Hassett, o presidente Donald Trump será informado hoje dos detalhes finais das conversas com a China.
Investidores também aguardam decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), na tarde de hoje, e do Banco do Japão (BoJ), na madrugada de amanhã (31). Tanto o Fed quanto o BoJ devem deixar seus juros básicos inalterados, diante das incertezas dos efeitos econômicos da política tarifária do governo Trump.
Terremoto: Um terremoto de magnitude 8,8 atingiu nesta quarta-feira (30) a costa leste da Península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, gerando tsunamis que cruzaram o Oceano Pacífico e provocaram evacuações em diversos países. O tremor está entre os mais fortes já registrados no planeta. O epicentro foi localizado a 119 km de Petropavlovsk-Kamchatsky, cidade russa de 180 mil habitantes, a uma profundidade de pouco mais de 20 km, segundo o Serviço Geológico dos EUA. Ondas de 3 a 4 metros atingiram portos próximos, arrastando embarcações e alagando áreas costeiras. Na Rússia, autoridades relataram feridos e interrupção no fornecimento de energia em zonas atingidas. Imagens de TV mostraram água invadindo ruas e carregando destroços no litoral de Kamchatka.
Petróleo:
Os futuros internacionais de petróleo WTI estão sendo negociados a US$ 69,51 (+0,43%).
O Brent é negociado a US$ 72,87 (+0,50%).
Bitcoin:
Negociado a US$ 118.079,89 (+0,46%).
Ouro:
Negociado a US$ 3.329,13 a onça-troy (+0,08%).
Minério de ferro:
O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, -0,44%, a 789 iuanes (US$ 109,94).
Brasil:
Aluguel: A taxa de inadimplência de aluguel registrou a terceira alta consecutiva e a maior taxa dos últimos 12 meses, fechando em 3,59%, em junho, uma variação de 0,26 ponto percentual em relação a maio (3,33%). Quando comparado com o mesmo período de 2024 (3,53%), a taxa de inadimplência apresenta uma alta de 0,06 ponto percentual. Os dados são do Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica.
Segundo Manoel Gonçalves, Diretor de Negócios para Imobiliárias da Superlógica, “esse aumento consecutivo da inadimplência locatícia reforça que as famílias ainda enfrentam orçamentos apertados. É bem importante monitorar as projeções de alta na inflação e nas taxas de juros, por serem fatores que podem agravar ainda mais a inadimplência de aluguel e o endividamento geral nos próximos meses”.
Em junho, a região Nordeste voltou a figurar no topo do ranking, com uma taxa de inadimplência de 4,80%. A região Norte fechou em 4,09%, após ficar em primeiro lugar em maio (4,77%), uma retração de 0,68 ponto percentual. Centro-Oeste vem logo em seguida, com taxa de 3,78%, ultrapassando o Sudeste, com taxa de 3,38%. A região Sul segue com a menor taxa do país, 3,17%.
Economia:.
✔️ Fusão entre Banco Master e BRB gera tensão no BC: A fusão entre o Banco Master e o Banco de Brasília (BRB), anunciada em março e ainda sob análise do Banco Central (BC), gerou um racha entre diretores da instituição. O clima de tensão chegou a tal ponto que Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro, avalia renunciar caso a operação seja aprovada. Gomes é contrário à fusão e defende uma intervenção no Master devido a irregularidades identificadas por um grupo interno de trabalho responsável por avaliar a saúde financeira dos bancos e os termos do negócio.
Fontes ligadas às discussões revelam que já existe até uma minuta de intervenção pronta. Gomes conta com o apoio do diretor de Regulação, Gilneu Vivan, mas diverge do diretor de Fiscalização, Aílton Aquino. Gabriel Galípolo, presidente do BC, tenta mediar o impasse para evitar que o caso escale.
Entre as irregularidades detectadas está uma operação do fim de 2024, quando o BRB adquiriu uma carteira de créditos do Master avaliada em cerca de R$ 12 bilhões, mas com suspeitas de falta de lastro. O BC e o Banco Master não se pronunciaram sobre as investigações.
Uma intervenção no Master teria forte repercussão política. Desde o anúncio da fusão, parlamentares mobilizaram um lobby para viabilizar o negócio e chegaram a articular a retirada de assinaturas que sustentariam uma CPI sobre o caso. A operação prevê que o BRB pague R$ 2 bilhões por 58% do Master, mantendo o controle com os atuais donos. Na prática, a aquisição funciona como um resgate financeiro, já que o banco paulista enfrenta sérios problemas de liquidez.
O modelo de captação do Master também levanta dúvidas no mercado. A instituição oferecia CDBs com rentabilidade superior à média e comissões mais altas para agentes de venda. Além disso, arrecadou R$ 1,867 bilhão com letras financeiras direcionadas a fundos de previdência estaduais e municipais, papéis recusados pela Caixa Econômica Federal por serem considerados arriscados.
Outro ponto sensível são os precatórios usados pelo Master, que representam parte expressiva de seus ativos. Esses títulos são alvo de investigação da Polícia Federal por suspeita de fraude e inflacionamento de valores no balanço do banco. Auditoria da KPMG classificou os precatórios como “principal assunto de auditoria”, exigindo análise especial devido à dificuldade de precificação.
A polêmica se concentra no índice de Basileia — indicador que mede a solidez financeira de instituições bancárias. A suspeita é de que a reavaliação dos ativos, incluindo os precatórios, tenha sido usada para manter o banco dentro dos limites exigidos pelo BC e garantir sua operação. As análises internas prosseguem e nenhuma decisão foi tomada. No entanto, diante da gravidade das divergências e do impacto político e financeiro do caso, qualquer desfecho promete repercussões significativas para o sistema bancário e para o próprio Banco Central.
✔️ Crédito cresce: a Selic pode estar em 15%, mas o crédito continua crescendo – só que pelos motivos errados. Famílias brasileiras têm 27,8% da renda comprometida com dívidas e quase 50% estão endividadas. O crédito virou tábua de salvação, não ferramenta de crescimento. Spreads bancários seguem em 20,4 pontos percentuais.
✔️ Receita “descobre” cartórios e fatura alto. A Receita arrecadou R$ 3,5 bi de cartórios em 2024 — alta de 94% desde 2020. O motivo? O setor operava num verdadeiro limbo tributário.
✔️ Selic: A atual taxa básica de juros (Selic) deverá ser mantida em 15% após a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que se encerra nesta quarta-feira (30). Apesar dos sinais de que a política monetária contracionista está surtindo efeito, com os indicadores de inflação recuando, a leitura geral é de que este é um momento de pausa para se observar como a economia vai seguir reagindo nos próximos meses.
Agenda Econômica:
🇩🇪 03h00 – Alemanha/Destatis: vendas no varejo de junho
🇩🇪 05h00 – Alemanha/Destatis: PIB preliminar do 2TRI
🇪🇺 06h00 – Zona do euro/Eurostat: PIB preliminar do 2TRI
🇧🇷 08h00 – IGP-M de julho
🇺🇸 09h15 – EUA/ADP: relatório sobre criação de empregos no setor privado de julho ⚠️
🇺🇸 09h30 – EUA/Deptº do Comércio: Primeira leitura do PIB do 2TRI ⚠️
🇺🇸 11h00 – EUA/Nar: Vendas pendentes de imóveis de junho
🇺🇸 11h30 – EUA/DoE: estoques de petróleo da semana até 25/7
🇧🇷 14h30 – BC: Fluxo cambial semanal
🇪🇺 14h30 – Tesouro: Resultado primário do governo central de junho
🇺🇸 15h00 – EUA: Fed divulga decisão monetária ⚠️
🇧🇷 18h30 – BC: Decisão do Copom ⚠️
🇨🇳 22h30 – China/NBS: PMI industrial e PMI de serviços de julho
Eventos ⚠️
🇺🇸 15h30 – EUA/Fed: Jerome Powell concede coletiva de imprensa
Balanços ⚠️
📈 EUA/após o fechamento: Meta, Microsoft, Qualcomm e Ford
📈 Brasil/antes da abertura: Santander
📈 Brasil/ após o fechamento: Bradesco
Ibovespa e dólar no último pregão:
Ibovespa:
Referência do mercado brasileiro, o principal índice fechou em alta de 0,45%, aos 132.725 pontos, impulsionado principalmente pelas ações da Petrobras e da Embraer. A valorização dos papéis da petroleira refletiu a forte alta nos preços do petróleo no exterior, após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre possíveis sanções à Rússia. Já a Embraer se beneficiou da expectativa de que o governo brasileiro tente excluir a empresa de medidas tarifárias impostas pelos EUA. O volume financeiro negociado totalizou R$ 12,1 bilhões, abaixo da média.
Maiores altas do Ibovespa
EMBR3 |
+3.76%
|
R$ 68,74
|
DIRR3 |
+3.10%
|
R$ 38,88
|
BRAV3 |
+2.74%
|
R$ 19,88
|
VIVA3 |
+2.72%
|
R$ 24,58
|
ENGI11 |
+1.95%
|
R$ 45,59
|
Maiores baixas do Ibovespa
MGLU3 |
-2.79%
|
R$ 6,98
|
PCAR3 |
-1.99%
|
R$ 3,45
|
RAIZ4 |
-1.39%
|
R$ 1,42
|
AURE3 |
-1.07%
|
R$ 9,22
|
VAMO3 |
-1.02%
|
R$ 3,87
|
Dólar:
O dólar fechou em queda de 0,36%, cotado a R$ 5,5695.
IFIX:
O índice fechou em queda de 0,31%, aos 3.420,23 pontos. A mínima foi de 3.416,37 pontos e a máxima de 3.434,40 pontos.
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