O desempenho expressivo da Petrobras em junho, impulsionado principalmente pelo campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, deve se refletir em resultados positivos no Relatório de Produção do segundo trimestre, previsto para ser divulgado em 29 de julho. O Santander projeta mais um recorde de produção para a estatal, enquanto o UBS BB aponta crescimento acima do esperado.

Apesar da expansão operacional, analistas mantêm uma postura cautelosa diante de restrições no balanço, incertezas sobre possíveis aquisições e dividendos menos atrativos no curto prazo. Ainda assim, há consenso de que a produção deve continuar crescendo no segundo semestre, impulsionada pela entrada de novas plataformas em operação.

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De acordo com os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, do Santander, a Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) registrou produção doméstica de petróleo de 2,36 milhões de barris por dia (bpd) em junho — alta de 3,4% em relação a maio — o segundo maior volume da história, segundo dados da ANP. O destaque ficou para o campo de Búzios, cuja produção subiu para cerca de 662 mil bpd, com o FPSO Almirante Tamandaré acelerando de 61 mil para 87 mil bpd no mês. Já a plataforma P-77 produziu, em média, 138 mil bpd, após retomada de operação no final de maio.

Na Bacia de Campos, o campo de Marlim também apresentou crescimento, alcançando 191 mil bpd, impulsionado pela retomada da produção na P-53. Em Mero, a produção chegou a 217 mil bpd com o avanço do FPSO Alexandre de Gusmão, que atingiu 13 mil bpd após iniciar operação em maio.

Por outro lado, houve recuos pontuais. A produção em Tupi caiu para cerca de 566 mil bpd, refletindo a menor performance das plataformas P-67 e P-69. Já em Jubarte, a produção recuou para 127 mil bpd, devido à parada programada da P-57.

Apesar dos avanços, o Santander mantém recomendação neutra para a ação da Petrobras, destacando que a empresa atravessa uma fase desafiadora de seu Plano Estratégico. O banco aponta limitações no balanço patrimonial, preços do petróleo mais baixos e incertezas sobre aquisições e o leilão da PPSA como fatores que podem pressionar os dividendos no curto prazo. A expectativa é de possíveis ajustes no plano de negócios a partir do quarto trimestre.

O UBS BB também projeta números fortes, estimando crescimento de 4% na produção do 2T25 em relação ao trimestre anterior e de 11% na comparação anual — ligeiramente acima das estimativas do próprio banco. A produção de Búzios cresceu 7% em junho sobre maio, compensando a queda de 3% registrada em Tupi.

O UBS destacou ainda o desempenho da plataforma P-77, com alta de 25% em junho, e do FPSO Almirante Tamandaré, com aumento de 43%, chegando a 87 mil bpd. A plataforma Cidade de Paraty, por sua vez, elevou sua produção em 11%.

Por fim, o UBS BB reforçou a expectativa de que novas plataformas entrem em operação ainda em 2025, com aceleração adicional prevista para 2026. Com isso, o banco mantém projeções de produção em 2,3 milhões de bpd em 2025 e 2,4 milhões de bpd em 2026.