A Tesla (NASDAQ:TSLA) reportou resultados abaixo das expectativas no segundo trimestre de 2025, com uma queda de 12% na receita, para US$ 22,5 bilhões, contra os US$ 22,74 bilhões esperados. O lucro ajustado por ação foi de 40 centavos, abaixo dos 43 centavos projetados pelos analistas consultados pela LSEG.

A receita automotiva da empresa caiu 16%, atingindo US$ 16,7 bilhões, pressionada por uma queda de 14% nas entregas, que totalizaram 384 mil veículos. As receitas com créditos regulatórios recuaram de US$ 890 milhões para US$ 439 milhões, uma queda superior a 50%.

O lucro líquido trimestral foi de US$ 1,17 bilhão, ou 33 centavos por ação, frente aos US$ 1,4 bilhão e 40 centavos no mesmo período do ano anterior. O lucro líquido ajustado caiu 23%, para US$ 1,4 bilhão, com a empresa arrecadando cerca de US$ 500 a menos por veículo vendido.

A Tesla está sendo pressionada pelo aumento da concorrência, especialmente na China, e pela reação negativa às recentes decisões políticas de Elon Musk. O CEO também alertou para o fim iminente do crédito fiscal de US$ 7.500 para veículos elétricos nos EUA, o que deve reduzir ainda mais a demanda doméstica.

As ações da Tesla perdiam mais de 4% no after-market de Nova York após a divulgação dos resultados trimestrais, aprofundando a perda acumulada no ano, que já soma cerca de 18%. A empresa tem o pior desempenho entre as big techs em 2025, em contraste com o avanço de 9% do Nasdaq no mesmo período.

A Tesla também é negociada na B3 por meio da BDR (BOV:TSLA34). A BDR perdeu cerca de 25% no acumulado de 6 meses.


Musk disse na teleconferência pós-resultados que a empresa pode enfrentar “alguns trimestres difíceis”, apontando para o impacto das tarifas de Trump, a redução de incentivos fiscais e uma “fase de transição” rumo à autonomia e à robótica. Ele destacou que o cenário pode melhorar apenas no segundo semestre de 2026.

Tentando mudar a narrativa, Musk reforçou os planos da Tesla para seus robotáxis e o robô humanoide Optimus. A empresa iniciou testes de robotáxi em Austin, Texas, com um condutor de segurança a bordo, e prometeu expandir o serviço para outras cidades nos próximos trimestres.

Apesar das promessas futuristas, a Tesla ainda está atrás da Waymo, da Alphabet, que já opera 250 mil viagens semanais de robotáxis. O mercado vê com ceticismo o discurso de Musk, que há anos promete entregas em larga escala de veículos autônomos sem cumprir os prazos.

No lado positivo, o segmento de serviços e supercarregadores cresceu 17%, com a Tesla adicionando 2.900 novas estações, elevando o total para 7.377. Os ativos digitais da empresa também aumentaram para US$ 1,24 bilhão, frente a US$ 722 milhões um ano antes.