A Petrobras anunciou que divulgará seu relatório de produção e vendas em 29 de julho, seguido pelos resultados financeiros no dia 7 de agosto.
A XP Investimentos compartilhou suas projeções para o período, esperando um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estável, em torno de US$ 10,5 bilhões — uma leve queda de 1% em relação ao trimestre anterior. Já o lucro líquido estimado é de US$ 4,8 bilhões, redução de 20% no comparativo trimestral.
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O fluxo de caixa para acionistas (FCFE) está previsto em cerca de US$ 2,6 bilhões, enquanto os dividendos devem totalizar aproximadamente US$ 2,2 bilhões, o que representa um yield de cerca de 3%, ou seja, retorno sobre o preço das ações.
Os analistas Regis Cardoso e João Rodrigues, da XP, destacam que, apesar do preço do petróleo Brent ter caído durante o período — ficando em média US$ 67 por barril no 2T25, contra US$ 76 no 1T25, em função da adoção de tarifas de importação pelos EUA em abril —, os preços dos combustíveis da Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) no mercado interno não caíram na mesma proporção. Isso gerou spreads de crack mais elevados, compensando o recuo do petróleo. Além disso, a produção da empresa deve subir de 2,2 para 2,3 milhões de barris por dia.
Segundo eles, essa combinação deve equilibrar a queda no preço do Brent, mantendo o Ebitda próximo de US$ 10,5 bilhões.
“Nossa estimativa para o lucro líquido é de US$ 4,8 bilhões, apoiada por ganhos cambiais — embora menores que no trimestre anterior. O capex (investimentos) deve se manter estável, e esperamos um FCFE de US$ 2,6 bilhões, com um yield de 3,5%. Por fim, estimamos dividendos ordinários em torno de US$ 2,2 bilhões, conforme a política da companhia”, resumem os analistas.
Utilizando um modelo próprio baseado em ajustes marginais dos resultados anteriores, a XP estima que o Ebitda da Petrobras pode variar entre US$ 9,3 bilhões e US$ 11,6 bilhões, com uma média de US$ 10,5 bilhões. A corretora mantém recomendação de compra para os papéis da Petrobras, com preço-alvo de R$ 46 para PETR3 e PETR4.
No setor de petróleo e gás como um todo, o Santander aponta que a queda de 12% nos preços do petróleo em dólar no 2T25 (13% em real) afetou o desempenho operacional das empresas de exploração e produção, incluindo a Petrobras. A exceção é a Brava, que elevou a produção com a entrada em operação do FPSO Atlanta.
Na área de distribuição de combustíveis, os resultados devem ser mais fracos, refletindo perdas de estoques após os cortes de preços da Petrobras no trimestre. Ainda assim, o impacto no Ebitda deve ser compensado pela incorporação da Comerc na Vibra e da Hidrovias (BOV:HBSA3) na Ultrapar (BOV:UGPA3), além de uma liberação significativa de capital de giro graças à queda nos preços dos combustíveis.
“O destaque do setor no 2T25 deve ser a Brava (BOV:BRAV3), pelo desempenho operacional e financeiro positivo, enquanto os resultados mais fracos da Braskem (BRKM5) podem desapontar alguns investidores”, avalia o Santander.