A Apple (NASDAQ:AAPL) obteve vitória diplomática e tecnológica nesta semana após o governo britânico recuar de sua exigência de criação de uma “porta dos fundos” nos serviços criptografados da companhia, encerrando meses de tensões entre Londres e Washington, que pressionava contra a medida.
O pedido original, feito no início do ano pelo Reino Unido sob a Lei de Poderes Investigativos, obrigava a Apple a oferecer acesso a dados armazenados no iCloud, mesmo nos casos em que nem a própria empresa conseguiria visualizar os arquivos devido ao sistema de criptografia ponta a ponta.
A diretora de inteligência nacional Tulsi Gabbard e o vice-presidente JD Vance lideraram as negociações com Londres. Ambos argumentaram que a exigência britânica violava liberdades civis e poderia ser comparada a práticas de vigilância adotadas por regimes autoritários.
O impasse levou a Apple a suspender no Reino Unido o recurso Advanced Data Protection (ADP), que garante proteção máxima de dados na nuvem, em resposta direta à pressão regulatória, já que a empresa sempre defendeu publicamente que não criaria backdoors em seus produtos.
A decisão britânica é considerada um recuo para reduzir atritos com Washington em um momento em que Londres busca apoio dos EUA em temas comerciais e geopolíticos, especialmente diante das tarifas impostas pelo governo Trump e do cenário de guerra na Ucrânia.
Especialistas em segurança cibernética alertavam que qualquer abertura de backdoor fragilizaria não apenas a privacidade dos usuários, mas também a segurança nacional, ao criar brechas exploráveis por hackers e criminosos. Organizações de direitos civis como Liberty e Privacy International também contestaram a ordem na Justiça.
Embora Londres tenha concordado em retirar a exigência, a formalização ainda não foi concluída. O caso segue em trâmite judicial, e não está claro se a Apple reativará imediatamente o ADP para usuários britânicos. A empresa manteve silêncio público diante das últimas notícias.
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