(05/08/2025): O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou, nesta terça-feira (5), a ata referente à reunião de julho. Segundo o Copom, a imposição de tarifas unilaterais de 50% pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras “tem impactos setoriais relevantes” e “impactos agregados ainda incertos” a depender de como se encaminharão as negociações.

Para o colegiado, a conjuntura externa “está mais adverso e incerto”. Eles ressaltam que a política fiscal e a política comercial norte-americanas tornam o “cenário mais incerto e mais adverso”.

“O comitê acompanha com atenção os possíveis impactos sobre a economia real e sobre os ativos financeiros. A avaliação predominante no comitê é de que há maior incerteza no cenário externo e, consequentemente, o Copom deve preservar uma postura de cautela”, afirmou a diretoria do BC em trecho do documento.

O Copom ainda ressaltou que, “como usual”, “focará nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica de inflação interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo”.

“O comitê tem acompanhado, com particular atenção, os anúncios referentes à imposição pelos EUA de tarifas comerciais ao Brasil, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza”, destacou em trecho da ata.

Desse modo, para assegurar a convergência da inflação à meta, o Copom reforçou a necessidade de ter uma política monetária “em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”.

Selic em 15% ao ano:

Na ata, o comitê explica os motivos que levaram ao fim do ciclo de altas na taxa básica de juros, a Selic. A taxa foi mantida em 15% ao ano, após sete aumentos consecutivos.

O ciclo de aperto monetário teve início em setembro do ano passado, quando o comitê decidiu interromper o ciclo de cortes e elevar a Selic, que passou dos então 10,50% ao ano para 10,75% ao ano.

A Selic está no patamar mais elevado em quase 20 anos. Conforme dados da série histórica, a taxa de juros é a maior desde julho de 2006, época do fim do primeiro mandato do presidente Lula (PT).

 

(BC)