O transporte aéreo brasileiro alcançou um marco histórico em julho, registrando 11,6 milhões de passageiros, o maior volume já registrado para o período, de acordo com o relatório de demanda e oferta da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Esse desempenho representa uma expansão anual de 7,5%, evidenciando a retomada robusta do setor.
No segmento internacional, o fluxo de passageiros atingiu 2,6 milhões, crescimento expressivo de 13,6% em comparação a julho de 2024. Já no mercado doméstico, foram transportados 9 milhões de passageiros, avanço de 5,9% e o melhor resultado já visto para o mês.
A demanda doméstica por assentos, medida pelo indicador Revenue Passenger-Kilometers (RPK), aumentou 8,2% frente ao mesmo período do ano anterior. Em paralelo, a oferta, calculada pelo Available Seat Kilometers (ASK), avançou 6,2%. No mercado internacional, tanto a demanda quanto a oferta cresceram 12,2% em julho. Considerando os dois segmentos, a demanda total expandiu 10,6% e a oferta, 9,7%.
No que se refere à movimentação de cargas, o setor apresentou retração. O volume transportado no mercado total chegou a 115,1 mil toneladas, queda anual de 0,8%. O mercado doméstico teve recuo de 3,8%, somando 39,1 mil toneladas, enquanto apenas o mercado internacional avançou 0,8%, alcançando 76 mil toneladas.
Esse desempenho reforça expectativas positivas para companhias aéreas listadas na B3, como Azul (BOV:AZUL4) e Gol (BOV:GOLL4), que tendem a se beneficiar do crescimento da demanda tanto em voos domésticos quanto internacionais. O aumento do número de passageiros pode se traduzir em maior receita operacional e melhor aproveitamento de capacidade, pontos que investidores acompanham de perto em um setor sensível a custos de combustível e câmbio.
No cenário atual, em que os investidores buscam sinais de recuperação do consumo e do turismo, a notícia da Anac funciona como um termômetro importante. O avanço da demanda aérea sinaliza confiança maior das famílias brasileiras em viajar, movimento que pode impactar não apenas ações do setor aéreo, mas também empresas ligadas ao turismo, hotelaria e serviços.
Ainda sem impacto direto refletido em cotações do dia, os dados divulgados pela Anac devem entrar no radar dos investidores como um indicativo positivo para o desempenho futuro das ações das companhias aéreas.