Banco eleva lucro em 42% na base anual e mantém ROAE ajustado acima de 27%, ativos sob gestão superam R$ 2,14 trilhões.

O Banco BTG Pactual S.A. (BOV:BPAC11) divulgou nesta terça-feira (12/08) resultados financeiros que surpreenderam o mercado. No segundo trimestre de 2025, o lucro líquido ajustado somou R$ 4,182 bilhões, avanço de 42% frente ao mesmo período de 2024 e alta de 24,2% em relação ao primeiro trimestre deste ano. Sem ajustes, o lucro líquido foi de R$ 4 bilhões.

O desempenho expressivo reflete receitas recordes, que atingiram R$ 8,294 bilhões — crescimento de 38% na comparação anual e de 21% sobre o trimestre anterior. O retorno ajustado sobre o patrimônio líquido (ROAE) alcançou 27,1%, reforçando a capacidade do banco de entregar rentabilidade acima da média do setor financeiro listado na B3.

Entre abril e junho, o patrimônio líquido do BTG ficou em R$ 53,705 bilhões, enquanto o índice de Basileia encerrou o período em 16,2%, demonstrando solidez financeira. Os ativos sob gestão e administração ultrapassaram R$ 2,146 trilhões, frente a R$ 1,718 trilhão no 2T24. A entrada líquida de recursos (net new money) foi de R$ 59 bilhões, recuando frente aos R$ 105 bilhões do 1T25.

Segundo o CEO Roberto Sallouti, os números reforçam a consistência e a resiliência do modelo de negócios. “Encerramos mais um trimestre com resultados expressivos, marcados por desempenhos recordes em praticamente todas as linhas de negócios e um ROAE excepcional de 27,1%. Seguimos investindo na expansão e sofisticação de nossas plataformas, com foco contínuo em eficiência, disciplina de capital e na oferta completa de produtos e serviços aos nossos clientes”, afirmou.

O BTG Pactual é um dos maiores bancos de investimento da América Latina, com atuação em gestão de patrimônio, mercado de capitais, crédito corporativo e investimentos alternativos, competindo diretamente com nomes como Itaú BBA, Bradesco BBI e XP Inc.

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VISÃO DO MERCADO

As units do BTG Pactual dispararam nesta terça-feira (12), subindo 12,42% às 15h14 e atingindo R$ 44,99, contribuindo para que o Ibovespa ultrapassasse a marca dos 138 mil pontos — seu maior nível desde maio. Esse movimento reflete o otimismo do mercado diante de um trimestre que o banco entregou acima do esperado em quase todas as áreas de negócio.

Embora o lucro líquido ajustado de R$ 4,2 bilhões e o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 27,1% confirmem o bom desempenho, esses números sozinhos não explicam totalmente a reação do mercado.

Os analistas ressaltam que a surpresa positiva veio tanto dos segmentos mais voláteis, como Sales & Trading e Investment Banking, quanto dos setores mais estáveis, como crédito corporativo e gestão de fortunas. Essa combinação reforça a confiança de que o BTG continua com capacidade de crescimento e de ampliar sua participação, mesmo diante de cenários variados.

O Itaú BBA estimou que o resultado superou o consenso em cerca de 15%. A receita total avançou 21% em relação ao primeiro trimestre, apoiada por recordes em Investment Banking (+106% no trimestre) e Sales & Trading (+46%), além do crescimento de 9% nas receitas de Corporate Lending. A área de Wealth Management também se destacou, com alta de 18%, beneficiada pela integração da Julius Baer.

O Bradesco BBI chamou atenção para o aumento de 38,5% na receita nos últimos 12 meses, que alcançou R$ 8,3 bilhões, superando suas projeções em quase 12%. Para o banco, a combinação de resultados positivos em praticamente todas as linhas, junto à melhora do índice de eficiência para 35,6%, fortalece a tese de valorização da ação.

Já o Morgan Stanley destacou que a diferença deste trimestre em comparação aos anteriores está na amplitude dos bons resultados, que não ficaram concentrados em apenas um ou dois segmentos. A instituição observa que a administração do BTG mantém a confiança em entregar um ROE de 24% ou mais em 2025, reforçando as expectativas de retorno elevado para os acionistas.

Outro dado relevante foi a captação líquida orgânica de R$ 59 bilhões no trimestre — sendo R$ 28 bilhões em gestão de ativos e R$ 31 bilhões em gestão de fortunas — interpretada como um sinal claro de ganho de participação de mercado, mesmo em um cenário de juros elevados.

Embora parte das surpresas positivas tenha vindo de áreas mais sensíveis às condições do mercado, como M&A e trading, os analistas destacam que isso não diminui o mérito do resultado alcançado.

Itaú BBA, Morgan Stanley e Bradesco BBI mantêm a recomendação de compra para as units BPAC11, com preços-alvo que variam entre R$ 44 e R$ 48, ressaltando a execução consistente, a diversificação das receitas e os ganhos de eficiência do banco.