O presidente da Coreia do Sul, Lee Jae Myung, decidiu intensificar o diálogo com Pequim e enviará uma delegação especial à China entre os dias 24 e 27 de agosto, conforme informou nesta sexta-feira seu porta-voz, Kang Yu-jung. A missão terá como objetivo entregar uma mensagem oficial de Lee, destacando a importância do desenvolvimento contínuo da parceria estratégica entre os dois países.

A China, maior parceiro comercial da Coreia do Sul, tem fortalecido os laços diplomáticos com Seul desde a superação da disputa de 2017, quando a instalação de um sistema de defesa antimísseis norte-americano no território sul-coreano gerou atritos com Pequim. Agora, em meio à política de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os dois países demonstram alinhamento em temas comerciais e diplomáticos.

Eleito em junho em uma eleição antecipada, Lee Jae Myung tem adotado uma postura mais conciliatória em relação à China, reconhecendo o peso da segunda maior economia do mundo para o comércio sul-coreano. O presidente também vem se mostrando cauteloso em relação às tensões de segurança no Estreito de Taiwan, evitando declarações que possam ampliar atritos regionais.

Para os mercados financeiros, esse movimento reforça a tendência de maior aproximação entre Seul e Pequim, o que pode impactar diretamente ações de empresas exportadoras listadas na B3 e em bolsas internacionais, além de influenciar o comportamento do câmbio e dos contratos futuros de commodities como petróleo (CCOM:OILBRENT | CCOM:OILCRUDE) e cobre (CCOM:COOPER), fortemente ligados às cadeias globais de comércio.

Embora ainda não haja uma reação imediata dos ativos sul-coreanos e chineses atrelados a essa notícia, a iniciativa deve ser acompanhada de perto pelos investidores. No atual contexto de tensões comerciais globais, qualquer sinal de fortalecimento das relações entre Coreia do Sul e China tende a ter relevância para o mercado financeiro e pode influenciar a cotação de moedas e índices das duas economias.