As concessões de empréstimos no Brasil registraram avanço de 1,2% em julho na comparação com junho, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (27/08). O estoque total de crédito no país chegou a R$ 6,716 trilhões, o que representa uma alta de 0,4% no período.

Dentro desse cenário, os financiamentos com recursos livres, modalidade em que as condições são negociadas diretamente entre instituições financeiras e clientes, tiveram aumento de 0,5% em julho. Já os financiamentos com recursos direcionados, voltados para setores e finalidades definidas pelo governo, registraram expansão bem mais forte, de 7,4%.

Crédito e inadimplência

A taxa de inadimplência em operações com recursos livres subiu de 5,0% em junho para 5,2% em julho, refletindo uma leve piora no comportamento de pagamento dos tomadores.

Os juros médios no crédito livre caíram de 45,5% para 45,4% ao ano, enquanto nos recursos direcionados houve estabilidade, permanecendo em 11,8%. Já o spread bancário nos recursos livres passou de 31,7 para 31,6 pontos percentuais, sinalizando uma pequena redução no custo do crédito para o consumidor final.

Impactos no mercado financeiro

A expansão do crédito, mesmo que em ritmo moderado, tende a impulsionar setores ligados ao consumo, como varejo e serviços. Porém, a elevação da inadimplência pode pressionar as margens dos bancos listados na B3, como Itaú Unibanco (BOV:ITUB4), Bradesco (BOV:BBDC4 | BOV:BBDC3) e Banco do Brasil (BOV:BBAS3), levando investidores a reavaliarem o equilíbrio entre risco e retorno das instituições financeiras.

Relevância para os investidores

No contexto atual do mercado financeiro, a evolução do crédito é um termômetro importante para medir o apetite das famílias e empresas por financiamento, além de indicar tendências futuras de consumo e atividade econômica. Apesar da ligeira alta da inadimplência, o avanço nas concessões mostra que o fluxo de crédito segue sustentado, o que pode contribuir para apoiar o crescimento econômico em um momento de incertezas sobre juros e inflação.