O Banco Central divulgou nesta quarta-feira (27/08) que o crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física apresentou avanço de 0,9% em julho, em comparação com junho. O saldo chegou a R$ 1,244 trilhão, representando uma expansão de 12,0% nos últimos 12 meses.
Além disso, o crédito livre voltado à compra de veículos por pessoa física também registrou crescimento. Em julho, houve alta de 1,4% em relação ao mês anterior, alcançando R$ 372,104 bilhões. No acumulado de 12 meses, o crescimento foi ainda mais expressivo, de 15,9%.
No segmento corporativo, o Banco Central informou que o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro avançou 0,9% em julho, atingindo R$ 19,527 trilhões, o equivalente a 158,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Essa métrica inclui empréstimos dentro do Sistema Financeiro Nacional (SFN), além de operações com títulos públicos e privados, oferecendo uma visão abrangente sobre o financiamento de empresas, famílias e do governo.
Dentro desse conjunto, o crédito ampliado destinado a empresas cresceu 1,2% em julho, correspondendo a 54,6% do PIB. Esse movimento reforça a busca das companhias por recursos para financiar operações, investimentos e capital de giro em um cenário de juros ainda elevados, mas com expectativas de cortes graduais da taxa Selic.
No mercado financeiro, os dados sinalizam que o aumento do crédito imobiliário e do crédito para veículos pode favorecer setores sensíveis ao consumo, como construção civil, varejo e indústria automobilística. Já a expansão do crédito corporativo pode estimular o desempenho das companhias listadas na bolsa de valores, em especial as mais dependentes de financiamento.
Embora os números não estejam diretamente ligados a um ativo específico, a relevância do avanço do crédito no Brasil reforça a importância desses dados para investidores que acompanham de perto as projeções do PIB, do setor bancário e das companhias de capital intensivo. Esse cenário tende a influenciar o comportamento das ações na bolsa de valores, do câmbio e do mercado de títulos públicos, dado o impacto que o crédito exerce sobre atividade econômica, inflação e política monetária.