Curva de juros fecha com sinais divergentes: vértices curtos recuam e longos sobem diante de dados econômicos, fala do BC e cenário fiscal.

A curva de juros encerrou a sessão desta quarta-feira (27/08) com movimentos mistos. Enquanto os vértices curtos recuaram até 2,5 pontos-base, refletindo maior cautela no curto prazo, os contratos longos avançaram até 5 pontos-base, acompanhando a pressão da ponta estendida da curva de juros. No fechamento, o DI futuro janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) caiu 0,03%, a 14,89%, enquanto o DI futuro janeiro de 2033 (BMF:DI1F33) subiu 0,33%, a 13,81%.

Entre os fatores de mercado, investidores digeriram a criação de empregos abaixo do consenso, mas ainda sem sinal claro de enfraquecimento estrutural no mercado de trabalho. O cenário reforçou expectativas de cortes menores da Selic nos próximos meses, mantendo os juros futuros elevados no longo prazo.

Durante evento da Fenabrave, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou a necessidade de prudência. Ele destacou que os dados econômicos são “mistos” e que a inflação projetada segue acima da meta, justificando uma política monetária ainda contracionista. O dirigente lembrou ainda que a política monetária americana segue influenciando os ativos locais, mas com menor incerteza após a consolidação das tarifas do governo Trump.

No campo fiscal, o Tesouro Nacional informou que a Dívida Pública Federal avançou 0,71% em julho, atingindo R$ 7,94 trilhões, com colchão de liquidez em R$ 988,3 bilhões – suficiente para 7,75 meses de vencimentos. Já no noticiário político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar as tarifas americanas e disse que o Brasil poderá contestar a medida em tribunal nos EUA.

Nos EUA, os Treasuries também mostraram alívio: o rendimento do título de dez anos caiu 2 pontos-base, para 4,238%, sinalizando movimento paralelo à busca por segurança no mercado internacional.

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