O custo da cesta básica de alimentos registrou queda em 15 capitais brasileiras no mês de julho, enquanto outras 12 apresentaram aumento, segundo a Análise Mensal da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Pela primeira vez, o levantamento incluiu todas as 26 capitais do país e o Distrito Federal. Até então, o estudo abrangia apenas 17 capitais.
A redução foi puxada, principalmente, pela retração nos preços do arroz, carne bovina, açúcar e feijão, itens de forte peso no orçamento das famílias.
Mesmo com a queda observada em várias cidades, São Paulo segue no topo do ranking como a capital com a cesta básica mais cara do país, atingindo R$ 865,90. Outras capitais que apresentaram valores elevados foram Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48), segundo a Conab.
Na direção oposta, capitais do Norte e do Nordeste registraram os preços mais baixos. Aracaju liderou a lista como a capital com o menor custo da cesta básica, em R$ 568,52, seguida por Maceió (R$ 621,74), Salvador (R$ 635,08) e Porto Velho (R$ 636,69).
Esse cenário reflete diretamente no comportamento dos mercados de alimentos e pode influenciar a precificação de contratos futuros de commodities agrícolas no mercado BMF, como o contrato futuro de arroz e de boi gordo. A tendência de recuo nos preços de itens essenciais reduz a pressão inflacionária, podendo aliviar parte das expectativas em torno da política monetária e do comportamento da taxa de juros.
Embora não haja uma cotação específica vinculada à cesta básica, os resultados do levantamento se tornam relevantes porque sinalizam um alívio no custo de vida em parte das capitais, ao mesmo tempo em que reforçam a desigualdade regional dos preços dos alimentos, fator que pode impactar o poder de compra e a dinâmica de consumo da população.
(estado)