A descarbonização, a transição energética e o licenciamento ambiental foram temas centrais no segundo dia da Navalshore 2025, realizada no Rio de Janeiro. O evento, que reúne representantes da indústria naval e offshore, promoveu na quarta-feira (20/08) debates com estudos de casos práticos, evidenciando soluções já aplicadas no setor.
Durante sua participação, o coordenador-geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Marinhos e Costeiros do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Itagyba Alvarenga Neto, destacou que o setor de óleo e gás responde pelo maior número de licenças e autorizações emitidas nos últimos anos.
“É importante mostrar o trabalho que vem sendo feito pelo Ibama, no tocante à celeridade de respostas e à efetividade. O licenciamento ambiental cresceu muito e há muitos desafios a serem superados, como a falta de efetivo, as mudanças climáticas e a ausência de planejamento de políticas públicas precedentes ao licenciamento”, avaliou.
O diretor da Associação Brasileira das Empresas de Navegação Interior (Abani), Fabio Vasconcellos, abordou a relação entre logística e aprovação de licenças, afirmando que a vocação logística do país ainda é pouco aproveitada. Ele comparou as redes fluviais europeia, norte-americana e brasileira, ressaltando a necessidade de investimentos em infraestrutura.
“Na Região Norte, por exemplo, a evolução da frota fluvial foi grande, chegando a 118% de balsas e 72% de rebocadores de 2010 a 2020, o que significa uma construção naval pujante, que pode gerar desenvolvimento e renda”, afirmou.
A pauta da descarbonização também esteve em destaque com a participação do gerente-executivo de Engenharia e Manutenção de Navios da Transpetro, Flávio Gabina, que apontou inovação, segurança e eficiência como diretrizes estratégicas.
“Inovar deixou de ser opção, é uma necessidade estratégica”, afirmou.
Segundo ele, os novos navios do Programa de Renovação e Ampliação da Frota da Petrobras (BOV:PETR4 | BOV:PETR3 | NYSE:PBR) já incorporam engenharia digital e sistemas de conexão de energia em terra (shore power). Além disso, há estudos para utilização de etanol como combustível alternativo, reforçando o compromisso da Transpetro com a sustentabilidade e a modernização operacional.
O encerramento da Navalshore 2025, nesta quinta-feira (21/08), terá como foco as oportunidades oferecidas pelo estado do Rio de Janeiro para a indústria naval e offshore, com destaque para financiamentos indenizáveis e não indenizáveis, permitindo uma visão mais objetiva sobre os mecanismos de apoio disponíveis para projetos estratégicos.
Os avanços apresentados pela Petrobras e pela Transpetro podem impactar positivamente os preços das ações da companhia no mercado BOV e na NYSE, especialmente diante da valorização global de empresas comprometidas com a transição energética e práticas de sustentabilidade. Essa agenda também tende a fortalecer a percepção de investidores sobre a capacidade da estatal de alinhar crescimento à responsabilidade ambiental.
No contexto atual do mercado financeiro, a relevância dessas discussões vai além da indústria naval, reforçando a importância da descarbonização e do licenciamento ambiental como pilares estratégicos para empresas listadas em bolsa de valores, especialmente em um cenário de maior pressão regulatória e de busca por investimentos sustentáveis.
(agência Brasil)