O dólar encerrou a sessão desta segunda-feira em queda frente ao real, acompanhando o movimento de desvalorização da moeda americana no exterior. A pressão veio após os dados mais fracos do mercado de trabalho nos Estados Unidos, divulgados na última semana, aumentarem as apostas de que o Federal Reserve poderá iniciar o ciclo de cortes de juros já em setembro.
No cenário doméstico, a manutenção dos juros em patamar elevado continua favorecendo a entrada de capital estrangeiro, sobretudo em operações de “carry trade”, que se beneficiam do diferencial de juros.
Com isso, o dólar à vista recuou 0,71%, cotado a R$ 5,5063, após oscilar entre R$ 5,4967 na mínima e R$ 5,5438 na máxima do dia. No mesmo horário, às 17h11, o contrato futuro para setembro caía 0,68%, negociado a R$ 5,5415.
No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas – cedia 0,37%, aos 98,779 pontos. O euro recuava 0,17%, cotado a US$ 1,1567, enquanto a libra se mantinha estável, em US$ 1,3281.
Entenda o desempenho do dólar no mercado hoje
Os mercados seguem atentos à implementação das tarifas “recíprocas” que os Estados Unidos devem aplicar a 69 países ainda nesta semana. No centro das atenções está também a expectativa por uma possível conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump sobre a sobretaxa de 50% que incide sobre produtos brasileiros.
Na última sexta-feira (1º), Trump afirmou que “Lula pode falar comigo a qualquer momento” e acrescentou: “Vamos ver o que acontece com o Brasil. Eu amo as pessoas de lá”. Porém, logo depois, voltou a criticar o Brasil, acusando o país de não ter tratado bem o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Enquanto isso, o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, reforçou que as tarifas serão mantidas mesmo com as negociações em curso. Paralelamente, Trump planeja nomear um novo presidente para o Federal Reserve ainda nesta semana, após a renúncia da diretora Adriana Kugler, além de indicar um substituto para o Escritório de Estatísticas do Trabalho, depois da demissão de Erika McEntarfer, ligada ao fraco relatório de empregos divulgado em julho.
No Brasil, os investidores esperam com atenção os dados do Caged, que serão divulgados nesta segunda-feira, além da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para terça-feira (5). A expectativa é de uma aceleração na geração de empregos formais em junho, na comparação com maio.
No boletim Focus divulgado pela manhã, a mediana para a inflação projetada nos próximos 12 meses recuou levemente, de 4,44% para 4,39%. Já a projeção para o IPCA de 2025 caiu de 5,09% para 5,07%, marcando o décimo recuo consecutivo, embora o índice permaneça 0,57 ponto percentual acima do teto da meta, que é 4,50%.
Já o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) apresentou aceleração em quatro das sete capitais pesquisadas no fechamento de julho, subindo de 0,31% para 0,37% na comparação entre a terceira e a quarta quadrissemana do mês.
No mercado cambial, o Banco Central deu início à rolagem dos contratos de swap cambial com vencimento em 1º de setembro de 2025, realizando um leilão de até 35 mil contratos, equivalentes a US$ 1,75 bilhão, às 11h30.
Além disso, o Banco Central aprovou um aumento de R$ 1 bilhão no capital social do Banco Master, que passará de R$ 3,763 bilhões para R$ 4,763 bilhões.
Em notícias fora do mercado financeiro, a Polícia Federal cumpriu medidas cautelares contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES), aplicando tornozeleira eletrônica conforme ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A ação aconteceu após o senador descumprir uma ordem anterior, ao retornar de uma viagem não autorizada aos Estados Unidos.
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