O dólar teve uma queda expressiva frente ao real nesta terça-feira, refletindo a desvalorização da moeda americana em relação a outras divisas no mercado internacional. Nos Estados Unidos, a desaceleração da inflação medida pelo índice CPI, alinhada às expectativas dos economistas, reforçou a crença de que o Federal Reserve deve retomar os cortes na taxa de juros já na reunião de setembro.

No Brasil, além do impacto externo, o índice de inflação local (IPCA) veio abaixo do previsto, o que aumentou o apetite dos investidores por ativos mais arriscados na bolsa e reduziu a demanda por proteção na moeda americana.

O dólar à vista encerrou o dia em queda de 1,01%, cotado a R$ 5,3870, após oscilar entre R$ 5,3855 e R$ 5,4447. Já o dólar futuro para setembro registrava baixa de 0,94%, valendo R$ 5,4165 às 17h09.

No cenário internacional, o índice DXY caiu 0,46%, para 98,071 pontos, enquanto o euro subiu 0,51%, a US$ 1,1674, e a libra avançou 0,48%, a US$ 1,3495.

O que influenciou a cotação do dólar hoje?

O real ganhou força nesta terça-feira, influenciado pela queda do dólar frente à maioria das moedas globais, especialmente as emergentes, como o rand sul-africano e o peso chileno.

Nos mercados internacionais, o apetite por risco aumentou após o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA mostrar alta de 0,2% em julho, exatamente o esperado pelos economistas e abaixo dos 0,3% registrados em junho. No acumulado de 12 meses, a inflação se manteve estável em 2,7%.

Esses dados mais moderados, combinados com recentes números fracos de emprego, reforçaram a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) poderá iniciar cortes na taxa de juros já na reunião de setembro, uma demanda reiterada pelo presidente Donald Trump.

Atualmente, o mercado vê mais de 90% de chance de uma redução de 0,25 ponto percentual na próxima decisão do Fed, segundo dados da LSEG, e já precifica uma nova queda da mesma magnitude até o fim do ano. Esse cenário amplia o diferencial de juros entre EUA e Brasil — com a Selic em 15% —, favorecendo o real.

“O movimento de hoje ficou claro após os dados de inflação. Com a expectativa de cortes nos EUA, o diferencial de juros tende a se manter, atraindo capital para o Brasil, mesmo que parte seja especulativo”, comentou Vitor Oliveira, sócio da One Investimentos.

O índice dólar, que mede a moeda norte-americana contra uma cesta de seis divisas, recuava 0,44%, a 98,061 pontos.

No mercado interno, o real também foi impulsionado pelos fortes ganhos da bolsa brasileira, que atraíram maior entrada de recursos estrangeiros, à medida que investidores analisavam os balanços corporativos recentes.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subiu 1,66%, chegando a 137.878,56 pontos — seu maior nível em cerca de um mês.

Durante o dia, o dólar à vista oscilou entre R$ 5,3857 (mínima, queda de 1,07%) e R$ 5,4427 (máxima, leve queda de 0,02%), fechando próximo da mínima.

Apesar disso, o impasse comercial entre Brasil e EUA praticamente ficou de lado hoje, mesmo com o governo brasileiro enfrentando dificuldades para negociar com Washington a tarifa de 50% imposta por Trump na semana passada. Uma ligação entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, prevista para quarta-feira, foi cancelada por parte dos americanos.

Espera-se que o governo anuncie ainda esta semana um plano de contingência para as empresas brasileiras mais afetadas pela tarifa americana.

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Data Compra Venda Variação Variação
1/8/2025 5,5444 5,5445 -1,01% -0,0563
4/8/2025  5,5057 5,5063 -0,69% -0,0382
5/8/2025 5,5049 5,506 -0,01% -0,0003
6/8/2025 5,4625 5,4631 -0,78% -0,0429
7/8/2025 5,422 5,4226 -0,74% -0,0405
8/8/2025 5,4345 5,4356 0,24% 0,013
11/8/2025 5,4428 5,4434 0,14% 0,0078
12/8/2025 5,3854 5,3855 -1,06% -0,0579

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