O dólar americano teve ganhos modestos na quarta-feira (20), enquanto os investidores aguardavam a divulgação da última ata da reunião de política monetária do Federal Reserve e o simpósio de Jackson Hole para obter orientações sobre os próximos passos do banco central.
Às 05h55 (horário de Brasília), o Índice do Dólar — que acompanha a moeda americana em comparação a uma cesta das seis principais moedas — estava sendo negociado 0,1% mais alto, a 98,190, após um aumento combinado de 0,4% nas duas primeiras sessões da semana.
Olhos nas atas do Fed
Com a pouca evolução do conflito na Ucrânia nas últimas 24 horas, o foco do mercado se voltou para a ata do Fed, prevista para o final do dia. O Fed manteve sua taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50% este ano, enquanto algumas autoridades — incluindo o presidente Jerome Powell — expressaram preocupação de que as tarifas da era Trump pudessem reacender as pressões inflacionárias.
Ao mesmo tempo, o Fed tem enfrentado críticas do presidente americano Donald Trump, e algumas autoridades recentemente pediram cortes nos juros. A ata pode revelar a extensão das divergências internas, após os governadores Christopher Waller e Michelle Bowman terem discordado na última reunião — a primeira dissidência dupla das autoridades eleitorais desde 1993.
“Esta ata irá expor mais as opiniões dos dois dissidentes (Waller e Bowman) que votaram a favor de um corte de juros em julho”, disseram analistas do ING em nota.
“No entanto, as movimentações do mercado podem ser limitadas, visto que o relatório de empregos de julho foi divulgado alguns dias depois. Uma leitura muito melhor da situação do Fed deverá surgir na tarde de sexta-feira, durante o discurso do presidente Powell em Jackson Hole.”
A conferência em Jackson Hole começa com discussões informais antes da divulgação da pauta formal na quinta-feira à noite. O discurso de Powell na sexta-feira se concentrará nas perspectivas econômicas.
“No geral, não vemos necessidade de grandes movimentações do DXY hoje e temos dificuldade em vê-lo romper a resistência de 98,50/60”, acrescentou o ING.
Libra esterlina ganha após dados do IPC do Reino Unido
Na Europa, o par EUR/USD recuou 0,1%, para 1,1638, com dados de inflação da zona do euro previstos para o final da sessão. Analistas preveem que o IPC anual permaneceu em 2,0% em julho, em linha com a meta de médio prazo do BCE.
“O par EUR/USD deve continuar sendo negociado em faixas estreitas e não vemos necessidade de ele cair abaixo de 1,1590/1600 hoje”, observou o ING.
O par GBP/USD subiu 0,1%, para 1,3497, após o Reino Unido divulgar que os preços ao consumidor subiram 3,8% em julho, ante 3,6% em junho, superando a estimativa de consenso de 3,7%. Isso marcou a maior inflação geral desde janeiro de 2024.
Analistas da Capital Economics afirmaram que um corte nos juros em novembro ainda é possível, mas alertaram que expectativas de inflação mais fortes e crescimento salarial podem adiar uma flexibilização adicional até 2026.
Outros movimentos cambiais
O iene japonês caiu, com o par USD/JPY recuando 0,1%, para 147,58, enquanto o USD/CNY recuou ligeiramente para 7,1787, depois que o Banco Popular da China manteve a taxa básica de juros de um ano em 3,0% e a de cinco anos em 3,5%, conforme esperado.
O dólar australiano caiu 0,3%, para 0,6434, enquanto o dólar neozelandês recuou 1,3%, para 0,5818 — a menor cotação desde meados de abril — após o Banco da Reserva da Nova Zelândia reduzir sua taxa básica de juros em 25 pontos-base, para 3,00%, sinalizando que uma flexibilização adicional poderia ocorrer se as pressões inflacionárias continuarem a diminuir.
O Comitê de Política Monetária votou por 4 a 2 a favor do corte, com dois membros defendendo uma redução maior, de 50 pontos-base.
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