O dólar americano subiu na quarta-feira (27), embora os ganhos tenham sido limitados, já que persistiram preocupações sobre a independência do Federal Reserve após a decisão do presidente Donald Trump de remover a governadora Lisa Cook.
Às 06h25 (horário de Brasília), o Índice do Dólar, que acompanha a moeda americana em comparação com uma cesta das seis principais moedas, subia 0,4%, para 98,487, recuperando-se das perdas anteriores desta semana.
Dúvidas sobre a independência do Fed
Trump anunciou na segunda-feira que demitiria a governadora do Fed, Lisa Cook, por suposta fraude hipotecária, levantando preocupações sobre influência política na política monetária dos EUA. Cook, por meio de seu advogado, respondeu que Trump não tem autoridade para demiti-la e confirmou que ela não renunciará, sinalizando uma potencial longa batalha judicial pela frente.
“A demissão da governadora do Fed, Lisa Cook, pelo presidente Trump e a ampla visão de que isso marca uma politização ainda maior do Fed são negativas para o dólar”, disseram analistas do ING.
“No entanto, a reação cambial tem sido moderada e pode se manifestar apenas no longo prazo, provavelmente por dois motivos. Primeiro, Cook está contestando a decisão, que provavelmente acabará na justiça. Segundo, sua saída não terá grande impacto nas próximas reuniões.
Com Powell ainda no comando, os mercados esperam que a política monetária continue sendo orientada por dados, e a dissidência moderada continua pequena demais para pressionar por cortes mais rápidos ou maiores.”
Euro enfraquece
O euro caiu, com o par EUR/USD recuando 0,5%, para 1,1586, pressionado pela incerteza política francesa e por dados de confiança do consumidor alemão mais fracos do que o esperado. O primeiro-ministro François Bayrou deve receber um voto de confiança em 8 de setembro sobre seu plano orçamentário.
Se a votação falhar, o presidente Emmanuel Macron poderá nomear um novo primeiro-ministro, manter Bayrou como chefe de um governo interino ou convocar eleições antecipadas.
“Os mercados ainda estão se decidindo sobre as consequências do próximo voto de confiança e não parecem ter pressa em precificar eleições antecipadas como cenário base”, observou o ING.
“A alternativa – isso ou um novo governo diluindo os cortes de gastos o suficiente para angariar apoio parlamentar e promover alguma consolidação fiscal – é plausível, embora reconhecidamente um caminho relativamente estreito, dado o escrutínio intensificado que enfrenta.”
O sentimento do consumidor alemão também deve cair pelo terceiro mês consecutivo em setembro, com o índice GfK caindo para -23,6, de -21,7 ligeiramente revisado em agosto.
O par GBP/USD caiu 0,3%, para 1,3445, apoiado em parte pela postura agressiva do Banco da Inglaterra.
“Ainda acreditamos que uma quebra estrutural acima de 1,35 é uma questão de quando e não de se”, acrescentou o ING.
Movimentos cambiais em outros lugares
Em outros lugares, o par USD/JPY subiu 0,4%, para 147,92, enquanto o par USD/CNY avançou 0,1%, para 7,1610. O par AUD/USD caiu 0,3%, para 0,6471, depois que o IPC australiano de julho subiu 2,8% na comparação anual, acima das previsões de 2,3% e de 1,9% em junho.
O aumento da inflação deveu-se, em grande parte, aos preços mais altos da eletricidade após o término dos descontos federais. A divulgação ocorre após a ata de agosto do RBA, que sugeriu que novos cortes nas taxas poderiam ocorrer se a inflação diminuísse. Embora o banco central tenha reduzido as taxas em 25 pontos-base no mês passado, os dados mais recentes indicam que a inflação pode permanecer elevada, complicando as perspectivas do banco.
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