O dólar à vista encerrou esta quinta-feira (21) em leve alta, em uma sessão marcada por liquidez reduzida, com investidores aguardando o discurso de Jerome Powell nesta sexta-feira, em Jackson Hole. No cenário doméstico, o mercado acompanhou de perto o indiciamento de Jair e Eduardo Bolsonaro por obstrução de Justiça, assim como uma nova pesquisa Genial/Quaest, que aponta o presidente Lula como favorito à reeleição em 2026.

No exterior, a moeda americana apresentou alta consistente frente a seus principais pares, influenciada por declarações “hawkish” de membros do Fed, que reduziram ligeiramente as expectativas de cortes de juros pelo Banco Central dos Estados Unidos já em setembro.

O dólar à vista subiu 0,11%, fechando a R$ 5,4791, após oscilar entre R$ 5,4665 e R$ 5,4955. Já o contrato futuro para setembro avançava 0,05%, a R$ 5,4935, por volta das 17h06. No mercado internacional, o índice DXY registrava alta de 0,45%, aos 98,658 pontos, enquanto o euro recuava 0,41%, para US$ 1,1604, e a libra caía 0,34%, a US$ 1,3412.

O que influenciou o dólar hoje?

Os movimentos do real nesta sessão foram contidos, flutuando dentro de uma faixa estreita, enquanto o dólar avançava frente a moedas fortes e emergentes, influenciado por ajustes nas expectativas sobre a política monetária do Federal Reserve.

Na véspera do aguardado discurso do chair do Fed, Jerome Powell, no simpósio econômico de Jackson Hole, uma pesquisa PMI da S&P Global surpreendeu os mercados ao mostrar que o setor industrial dos EUA voltou a crescer em agosto.

Essa leitura fez os operadores reduzirem para 70% a chance de o Fed iniciar cortes na taxa de juros a partir de setembro, segundo dados da LSEG, ante 84% registrados no dia anterior. O dólar se valorizou, beneficiando-se de perspectivas de empréstimos mais caros.

“O cenário da economia norte-americana é bastante complexo e incerto, com muitas dúvidas, porque ainda não compreendemos totalmente as mudanças em curso”, afirmou Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
“Por isso, o discurso de Powell será crucial. Em Jackson Hole, ele costuma dar mensagens importantes sobre política monetária, e os investidores querem entender como ele avalia o balanço de riscos para o país.”

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas, subiu 0,44%, alcançando 98,660 pontos.

No Brasil, a pressão externa sobre o dólar foi moderada pelo elevado diferencial de juros em relação aos EUA, favorecendo operações de “carry trade” com investidores estrangeiros. Enquanto o Fed sinaliza possibilidade de cortes, o Banco Central brasileiro indica que a Selic, atualmente em 15%, permanecerá elevada por um período prolongado.

“Embora o mercado esteja precificando riscos gerais sobre o Brasil, o câmbio tem se mantido estável. A alta do dólar foi limitada devido ao custo elevado de apostar contra o real, considerando o diferencial de juros”, explicou Marcelo Bacelar, gestor de portfólio da Azimut Brasil Wealth Management.

O real também se beneficiou de um risco local moderado: a tensão comercial entre Brasil e EUA. Após decisão do ministro Flávio Dino, do STF, que impede que cidadãos brasileiros sejam afetados por leis estrangeiras relacionadas a atos cometidos no país, o mercado tem monitorado possíveis respostas norte-americanas que poderiam impactar operações de bancos nacionais.

Além disso, a decisão de Dino diminuiu a margem de negociação do Brasil sobre a tarifa de 50% imposta pelos EUA, garantindo que o ministro Alexandre de Moraes não seja afetado pelas sanções econômicas de Washington.

Na terça-feira, o dólar chegou a subir fortemente frente ao real com a reação do mercado à decisão do STF, mas desde então não acumulou ganhos expressivos. Nesta sessão, a moeda atingiu máxima de R$ 5,4953 (+0,41%) na primeira hora de negociações e mínima de R$ 5,4667 (-0,11%) às 10h36.

Pela manhã, o Banco Central atuou no mercado, vendendo 35.000 contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025.

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Data Compra Venda Variação Variação
1/8/2025 5,5444 5,5445 -1,01% -0,0563
4/8/2025  5,5057 5,5063 -0,69% -0,0382
5/8/2025 5,5049 5,506 -0,01% -0,0003
6/8/2025 5,4625 5,4631 -0,78% -0,0429
7/8/2025 5,422 5,4226 -0,74% -0,0405
8/8/2025 5,4345 5,4356 0,24% 0,013
11/8/2025 5,4428 5,4434 0,14% 0,0078
12/8/2025 5,3854 5,3855 -1,06% -0,0579
13/8/2025 5,3986 5,4002 0,27% 0,0147
14/8/2025 5,4169 5,4175 0,32% 0,0173
15/8/2025 5,3977 5,3983 -0,35% -0,0192
18/8/2025 5,4342 5,4348 0,68% 0,0365
19/8/2025 5,4992 5,4993 1,19% 0,0645
20/8/2025 5,4723 5,4729 -0,48% -0,0264
21/8/2025 5,4775 5,4776 0,09% 0,0047

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