Os futuros de ações dos EUA apresentaram pouca movimentação antes de uma reunião crucial em Washington entre o presidente americano Donald Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Os investidores também estão observando atentamente o Federal Reserve (Fed), com a ata da reunião de política monetária de julho do banco central e um discurso do presidente do Fed Jerome Powell agendados durante a semana.

Enquanto isso, a empresa de segurança cibernética Palo Alto Networks (NASDAQ:PANW) deve divulgar seus resultados após o fechamento do mercado.

Futuros veem ação limitada

Na segunda-feira, os futuros de ações dos EUA estavam em baixa, com os investidores se preparando para potenciais mudanças na política de juros do Fed e acompanhando os desdobramentos das próximas negociações entre EUA e Ucrânia.

Às 07h15 (horário de Brasília), os futuros do Dow Jones caíam 76 pontos, ou 0,17%, os futuros do S&P 500 recuavam 10,25 pontos, ou 0,16%, e os futuros do Nasdaq 100 cediam 43 pontos ou 0,18%.

Na sexta-feira passada, os principais índices dos EUA fecharam em alta. O Dow Jones Industrial Average atingiu brevemente uma nova máxima intradiária, juntando-se ao S&P 500 e ao Nasdaq Composite e atingindo picos recordes no início da semana. No entanto, o S&P 500 e o Nasdaq fecharam em baixa no pregão anterior, pressionados pelas quedas nos setores de tecnologia, finanças, indústria e serviços públicos.

Ata do Fed e discurso de Powell em destaque

As atenções agora se voltam para a divulgação, na quarta-feira, da ata da reunião de política monetária de julho do Fed, na qual o banco central manteve os custos de empréstimo inalterados em 4,25%–4,5%.

A decisão contou com a rara discordância de duas autoridades. Os governadores do Fed, Christopher Waller e Michelle Bowman, defenderam a redução dos juros, citando a necessidade de sustentar um mercado de trabalho em retração.

Dados econômicos recentes retratam um cenário complexo. O crescimento do emprego nos EUA foi mais fraco do que o esperado, com revisões da folha de pagamento de maio e junho apontando para níveis mais baixos. Ao mesmo tempo, as vendas no varejo aumentaram, após uma forte alta nos preços ao produtor. Juntos, esses números indicam um mercado de trabalho em desaceleração, com pressões inflacionárias moderadas, impulsionadas por tarifas.

Para complicar ainda mais o cenário, as ações de Trump levantaram dúvidas sobre a confiabilidade dos dados governamentais, com alguns analistas prevendo uma maior dependência de métricas do setor privado.

Trump demitiu o chefe da agência responsável pela compilação de estatísticas, alegando, sem evidências, que as revisões para baixo no último relatório de empregos tinham motivação política. Posteriormente, ele nomeou o economista-chefe da Heritage Foundation para liderar a agência.

O presidente do Fed, Jerome Powell, abordará essa dinâmica em um discurso aguardado com atenção no simpósio de Jackson Hole, em Wyoming, na sexta-feira.

Powell tradicionalmente defende a cautela, mas os mercados, prevendo um possível corte de juros em setembro, analisarão se os dados recentes influenciaram sua perspectiva.

Zelensky encontra Trump

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deve se encontrar com Trump em Washington na segunda-feira, com o objetivo de traçar um possível caminho para a paz.

Permanecem as preocupações de que Trump possa pressionar Zelensky a chegar a um acordo considerado favorável à Rússia. Zelensky já minimizou as propostas apresentadas a Trump por Putin em uma cúpula no Alasca, que incluíam a cessão de partes do leste de Donetsk.

Zelensky, acompanhado por líderes de várias nações europeias, enfatizou o apoio a um fim “rápido e confiável” para o conflito, mas insistiu que a Rússia deve estar disposta a concluir a guerra “que ela começou”.

Trump, por sua vez, declarou no Truth Social: “Zelensky pode ‘encerrar a guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar a lutar‘”.

A situação na Ucrânia parece estar entrando em um estado altamente fluido, e pode haver novos desdobramentos nos próximos dias, semanas e meses”, observaram analistas da Vital Knowledge.

Eles acrescentaram que, da perspectiva do mercado, as negociações entre Trump e Putin em Anchorage não produziram resultados significativos, como um cessar-fogo total ou “tarifas secundárias draconianas sobre a China”.

Lucros da Palo Alto Networks à vista

A empresa de segurança cibernética Palo Alto Networks (BOV:P2AN34) deve liderar os relatórios de lucros do trimestre de julho na segunda-feira, divulgando os resultados após o fechamento do mercado.

Analistas preveem um lucro por ação ajustado para o quarto trimestre fiscal de US$ 0,89, com receita de US$ 2,5 bilhões, segundo as previsões do consenso da Bloomberg.

Este é o primeiro relatório de lucros da empresa desde a aquisição da rival israelense CyberArk Software por aproximadamente US$ 25 bilhões em julho, sua maior aquisição até o momento.

Embora o CEO Nikesh Arora veja o acordo como uma forma de capitalizar a demanda por soluções de segurança cibernética impulsionada pela IA, analistas têm levantado dúvidas sobre a integração de uma plataforma do porte da CyberArk. A Palo Alto concluiu pelo menos sete aquisições nos últimos dois anos.

Ouro ganha terreno

Os preços do ouro subiram nas negociações europeias na segunda-feira, recuperando-se de uma mínima de mais de duas semanas, com a demanda por ativos de refúgio permanecendo forte em meio às tensões entre Rússia e Ucrânia.

A expectativa pelo simpósio de Jackson Hole também apoiou o ouro, mas pesou sobre o dólar, com os investidores considerando possíveis cortes de juros pelo Fed no próximo mês.

O ouro à vista subiu 0,44%, para US$ 3.349,58 a onça, enquanto os contratos futuros de ouro para dezembro subiram 0,34%, para US$ 3.394,10/onça, às 07h15 (horário de Brasília). O metal havia caído para a mínima de duas semanas na semana passada.


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