O presidente do Federal Reserve (Fed) de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou nesta quinta-feira (21/08) que ainda avalia a possibilidade de um corte nas taxas de juros pelo banco central norte-americano em 2025, sem indicar em qual reunião essa decisão poderia ocorrer. A declaração foi feita durante um bate-papo na reunião do comitê executivo da Câmara Metropolitana de Atlanta. Segundo ele, a autoridade monetária busca garantir que, quando agir, a política adotada seja consistente e coerente com os objetivos de longo prazo.
“Estamos marginalmente restritivos, não acredito que estamos muito restritivos”, afirmou Bostic, destacando que projeta uma aproximação da política monetária à neutralidade apenas em 2026. Ele reforçou que a inflação segue bem acima da meta de 2% do Fed e que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos neste ano deve ser “relativamente morno”. Apesar disso, ressaltou que os fundamentos econômicos permanecem robustos.
Bostic também chamou atenção para o mercado de trabalho, descrevendo a trajetória do emprego como “potencialmente preocupante”. Segundo ele, o avanço da inteligência artificial pode alterar a dinâmica da demanda por mão de obra. Ainda assim, destacou que a taxa de desemprego tem se mantido em patamares compatíveis com o pleno emprego “há algum tempo”.
Outro ponto levantado foi a qualidade dos dados disponíveis. Bostic alertou que a falta de clareza pode ser negativa e que revisões significativas tendem a ocorrer com mais frequência diante da quantidade de variáveis em movimento. “Com tanta coisa em andamento, grandes revisões de dados podem ser mais frequentes”, afirmou. Para ele, até o fim do ano, as empresas terão informações mais sólidas para embasar suas decisões estratégicas.
As declarações de Bostic podem influenciar os contratos futuros de índices norte-americanos como o Dow Jones Futuro (CCOM:US30), o Nasdaq Futuro (CCOM:US100) e o S&P 500 Futuro (CCOM:US500), já que sinalizações sobre cortes de juros tendem a repercutir diretamente no apetite por risco dos investidores. Além disso, o DXY (CCOM:DXY), que mede a força do dólar frente a outras moedas, também pode reagir à expectativa de mudanças na política monetária.
No cenário atual, a perspectiva de cortes de juros pelo Fed ganha relevância em meio à inflação ainda elevada e à desaceleração do crescimento norte-americano. As falas de Bostic reforçam o debate sobre o ritmo de flexibilização monetária, em um contexto em que os mercados buscam sinais mais concretos do banco central.