A gigante neozelandesa de laticínios Fonterra anunciou na quinta-feira (21) a venda de seus negócios globais de consumo e operações associadas para a francesa Lactalis, em uma transação avaliada em 3,845 bilhões de dólares neozelandeses (cerca de US$ 2,24 bilhões). O acordo ainda depende de ajustes financeiros usuais, aprovação dos cooperados, separação das áreas vendidas e autorizações regulatórias. A expectativa é que a conclusão ocorra no primeiro semestre de 2026.
O pacote vendido inclui marcas de consumo da Fonterra (exceto na Grande China), operações integradas de foodservice e ingredientes na Oceania e no Sri Lanka, além do negócio de foodservice no Oriente Médio e na África.
Há também a possibilidade de incremento de 375 milhões de dólares neozelandeses (US$ 218 milhões) caso sejam incluídas as licenças Bega da operação australiana da companhia, elevando o valor total da transação para 4,22 bilhões de dólares neozelandeses (US$ 2,46 bilhões).
Como parte do acordo, a Fonterra seguirá fornecendo leite e derivados para os negócios desinvestidos.
“Como a maior empresa de laticínios do mundo, a Lactalis tem a escala necessária para elevar essas marcas e negócios”, disse no comunicado o CEO da Fonterra, Miles Hurrell. “Simultaneamente, o desinvestimento desses negócios permitirá à Fonterra oferecer mais valor aos acionistas cooperados e à Nova Zelândia”, afirmou, destacando que a estratégia agora será concentrar esforços no segmento de ingredientes e foodservice.
Do ponto de vista de mercado, a transação tende a fortalecer a Lactalis no setor global de lácteos, ampliando sua presença em regiões estratégicas e com marcas consolidadas. Para a Fonterra, a venda sinaliza uma mudança de foco operacional, o que pode resultar em maior eficiência e valorização de seus ativos ligados a ingredientes e serviços para o setor alimentício.
Esse reposicionamento estratégico pode impactar as expectativas sobre a performance futura das ações e contratos da empresa no mercado financeiro, já que a venda aumenta a liquidez de caixa e pode ser bem recebida por investidores que valorizam foco e eficiência operacional.
No cenário atual do mercado financeiro, em que empresas globais buscam simplificação de portfólio e maior rentabilidade em áreas core, a notícia reforça o movimento de consolidação no setor de alimentos. Embora não haja cotação específica anexada para Fonterra ou Lactalis, o acordo tem relevância significativa para investidores que acompanham o setor global de commodities agrícolas e de consumo, além de poder influenciar pares listados em bolsas internacionais.