A inflação ao consumidor do Reino Unido voltou a ganhar força em julho, trazendo novos sinais de pressão sobre a economia britânica. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (20/08) pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS), o índice anual do CPI avançou para 3,8%, acima dos 3,6% registrados em junho. O resultado veio em linha com as expectativas de analistas consultados pela FactSet.
Na comparação mensal, o CPI registrou alta de 0,1% em julho, também dentro das projeções. No mês anterior, a inflação havia subido 0,3% em relação a maio.
Já o núcleo do CPI, que exclui os preços mais voláteis de alimentos e energia, subiu 3,8% no acumulado de 12 meses até julho, superando a previsão de 3,7%.
Esse resultado tende a reforçar a cautela do Banco da Inglaterra em relação à trajetória dos juros. A persistência da inflação no núcleo sugere que o processo de convergência para a meta pode ser mais lento do que o esperado, aumentando a percepção de que cortes de juros poderão demorar mais a ocorrer.
Para os mercados financeiros, a leitura da inflação britânica pode gerar volatilidade na libra esterlina (FX:GBPUSD) e impactar a curva de juros no Reino Unido, refletindo nas expectativas para os títulos públicos britânicos (gilts). Além disso, os investidores da bolsa de valores de Londres, representada pelo FTSE 100 (LSE:UKX), tendem a acompanhar de perto esses dados, já que a política monetária influencia diretamente a atratividade dos ativos de risco no país.
No cenário atual, os dados reforçam a relevância de acompanhar os próximos passos do Banco da Inglaterra. Mesmo em linha com as expectativas, a aceleração do CPI e o núcleo acima das projeções mostram que a inflação ainda não está totalmente controlada, mantendo a incerteza nos mercados e pesando sobre as estratégias de alocação de investidores globais.