Receita líquida sobe 3,6%, impulsionada pelo mercado brasileiro, mas queda de 37,6% no EBITDA e despesas financeiras pesam no resultado da companhia listada na B3.
A International Meal Company Alimentação S.A. (BOV:MEAL3), operadora de marcas como Frango Assado, Viena e Batata Inglesa, divulgou nesta sexta-feira (15/08) os resultados do segundo trimestre de 2025, registrando um prejuízo líquido de R$ 32,4 milhões. O desempenho marca uma reversão frente ao lucro de R$ 12,2 milhões obtido no mesmo período do ano anterior e reflete principalmente o impacto de maiores despesas financeiras.
Apesar do resultado negativo, a companhia conseguiu ampliar sua receita líquida consolidada em 3,6% na comparação anual, alcançando R$ 590,8 milhões. O crescimento foi puxado pelo mercado brasileiro, que avançou 12,6% e compensou parte da retração de 9,9% nas operações nos Estados Unidos. O cenário reforça a resiliência da operação doméstica, mas também expõe os desafios internacionais da IMC em um ambiente macroeconômico mais desafiador.
O EBITDA ajustado consolidado foi de R$ 70,7 milhões, queda expressiva de 37,6% em relação ao 2T24. A pressão sobre a margem operacional indica que, além das despesas financeiras, custos e despesas operacionais mais elevados também comprometeram a rentabilidade da companhia.
No segundo trimestre de 2025, as despesas gerais e administrativas (G&A) apresentaram redução de 14,3% em relação ao mesmo período de 2024, refletindo os avanços na otimização das estruturas corporativas e a melhoria dos processos internos com foco na eficiência. Essa redução também gerou ganho de alavancagem operacional, com queda de 110bps na representatividade do G&A em relação à receita líquida consolidada, que passou de 6,3% no 2T24 para 5,2% no 2T25.
O fluxo de caixa operacional apresentou uma melhora de R$ 3,0 milhões na comparação A/A, atingindo R$23,5 milhões no 2T25. No acumulado do ano, a geração operacional totalizou R$45,2 milhões, com evolução de R$ 63,2 milhões.
A companhia investiu R$ 27,9 milhões, dos quais R$ 11,0 milhões foram destinados à expansão, parte ainda relacionada ao carry-over de aberturas dos últimos trimestres, e R$ 16,9 milhões voltados para manutenções, reformas e outros projetos. Deste valor, um total de R$ 7,3 milhões do capex acumulado do ano (sem considerar carry-over), atribuído ao KFC, será reembolsado pelo sócio da nova estrutura organizacional da marca.
No segundo trimestre de 2025, a dívida líquida total da Companhia – incluindo instrumentos financeiros derivativos registrados após o fechamento da operação do KFC – foi de R$ 189,8 milhões, positivamente impactada pelo caixa recebido no fechamento da operação mencionada.
No pregão desta sexta-feira (15/08), as ações da MEAL3 operam em queda de 2,31%, cotadas a R$ 1,27 por volta das 14h55. O papel abriu o dia a R$ 1,31, atingiu a máxima de R$ 1,31 e mínima de R$ 1,25. O volume negociado era de 213,9 mil ações. O desempenho reflete a percepção negativa dos investidores diante da reversão do lucro para prejuízo e da queda acentuada no EBITDA.
A International Meal Company é uma das principais empresas de alimentação da América Latina, com atuação em aeroportos, rodovias e shoppings. Além do Brasil, possui operações nos Estados Unidos, atendendo diferentes perfis de consumo com marcas próprias e franquias. Entre seus concorrentes estão Arcos Dorados (McDonald’s), BK Brasil e Grupo Trigo.
O balanço do 2T25 reforça o momento desafiador para a IMC, especialmente no cenário internacional, mas mostra que o mercado brasileiro segue como motor de crescimento. Investidores devem acompanhar de perto a estratégia de recuperação e a evolução da performance no segundo semestre.