A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe), que acompanha a variação de preços na cidade de São Paulo, registrou alta de 0,09% na segunda quadrissemana de agosto. O resultado representa uma desaceleração em relação ao avanço de 0,29% visto na primeira quadrissemana do mês, conforme dados divulgados nesta terça-feira (19/08) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O movimento foi influenciado principalmente por cinco categorias que reduziram ritmo ou apresentaram queda mais acentuada. O grupo Habitação passou de 0,39% para 0,32%, enquanto Educação caiu de 0,35% para 0,30%. Já Alimentação, que tem grande peso no índice, intensificou a deflação, recuando de -0,21% para -0,42%. Vestuário também aprofundou a queda, de -0,05% para -0,10%. Transportes, por sua vez, reverteram de uma alta de 0,74% para uma queda de -0,15%.
Na direção oposta, duas categorias apresentaram aceleração. Despesas Pessoais avançaram de 0,46% para 0,55%, enquanto Saúde subiu de 0,61% para 0,69%.
Confira a variação dos componentes do IPC-Fipe na segunda quadrissemana de agosto:
- Habitação: 0,32%
- Alimentação: -0,42%
- Transportes: -0,15%
- Despesas Pessoais: 0,55%
- Saúde: 0,69%
- Vestuário: -0,10%
- Educação: 0,30%
- Índice Geral: 0,09%
Esse movimento reforça a percepção de um alívio parcial na inflação paulistana, com destaque para o recuo consistente dos preços de alimentos, que costuma impactar diretamente o orçamento das famílias. Por outro lado, a pressão nos grupos Saúde e Despesas Pessoais ainda mantém o índice em território positivo.
No contexto do mercado financeiro, a desaceleração da inflação em São Paulo pode influenciar as expectativas sobre a trajetória da política monetária no Brasil. Uma leitura mais branda do índice tende a trazer alívio para o mercado de títulos públicos (BMF:DI1FUT), ao reduzir a percepção de pressão inflacionária futura, além de refletir no desempenho do real frente ao dólar (FX:USDBRL) e nos contratos futuros do Ibovespa (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT), já que o dado serve como termômetro da dinâmica de preços em importantes centros urbanos do país.
Apesar de o índice ainda mostrar variação positiva, a leitura mais fraca que a anterior é vista como um sinal de menor pressão no curto prazo, o que reforça a importância de acompanhar a próxima divulgação da Fipe para confirmar se a tendência de desaceleração se mantém.
(fipe)