Fabricante de componentes automotivos surpreende com lucro líquido de R$ 86,8 milhões no 2T25, puxado por receita de R$ 4,1 bilhões, crescimento no Brasil e Europa, e alívio cambial; ação MYPK3 recua no pregão

Data e hora da publicação: 07/08/2025, às 14h05
Cotação atual da ação: R$ 14,29, queda de 2,06%

A Iochpe-Maxion (BOV:MYPK3) registrou um lucro líquido de R$ 86,8 milhões no segundo trimestre de 2025, alta de expressivos 135% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O resultado veio impulsionado por uma receita líquida consolidada de R$ 4,1 bilhões, com crescimento de 6,8% no comparativo anual, e um efeito cambial favorável de R$ 302 milhões.

A melhora nos resultados operacionais foi puxada principalmente por um aumento de produção nas unidades do Brasil e da Europa, o que compensou a desaceleração da atividade na América do Norte. Essa resiliência geográfica reforça a diversificação dos negócios da empresa — ponto estratégico em tempos de instabilidade global no setor automotivo.

Apesar da alta nos custos dos produtos vendidos, que chegaram a R$ 3,57 bilhões (crescimento de 6,1%), a companhia conseguiu manter seus investimentos estáveis, em R$ 243,5 milhões, e reduziu sua dívida líquida em R$ 101,6 milhões no semestre, totalizando R$ 3,86 bilhões em junho.

O CEO Pieter Klinkers destacou que a queda na demanda por caminhões na América do Norte segue como um ponto de atenção e pode afetar o desempenho do setor no restante do ano. No entanto, a companhia tem buscado manter margens e volume com foco em inovação e eficiência operacional.

O lucro bruto atingiu R$ 534,6 milhões no 2T25 e R$ 978,3 milhões no 1S25, representando um crescimento de 12,2% em relação ao 2T24 e de 13,7% em relação ao 1S24.

As despesas operacionais (despesas com vendas, gerais e administrativas e honorários da administração) totalizaram R$ 244,0 milhões no 2T25 e R$ 470,1 milhões no 1S25, representando um aumento de 27,6% em relação ao 2T24 e de 27,2% em relação ao 1S24.

O resultado financeiro foi negativo em R$ 151,4 milhões no 2T25, representando um aumento de 30,0% em relação ao 2T24. No acumulado do 1S25, o resultado negativo somou R$ 291,4 milhões, alta de 37,7% na comparação com o 1S24.

Os investimentos atingiram R$ 142,7 milhões no 2T25 e R$ 243,5 milhões no 1S25, um aumento de 0,2% em relação ao 2T24 e de 1,2% em relação ao 1S24. Excluindo a variação cambial, os investimentos no 2T25 e 1S25 foram ligeiramente menores que nos mesmos períodos no ano anterior.

O endividamento líquido consolidado em 30 de junho de 2025 atingiu R$ 3.867,4 milhões, um aumento de 5,6% em relação a 31 de março de 2025, e uma redução de 0,5% em relação a 30 de junho de 2024. A desvalorização do real impactou de forma negativa o endividamento líquido em 30 de junho de 2025, aumentando-o em R$ 87,1 milhões em relação a 30 de junho de 2024.

Em relação a 31 de dezembro de 2024, a valorização do real contribui de forma positiva, reduzindo o endividamento líquido em R$ 101,6 milhões. O endividamento líquido no final do 2T25 representou 2,38x o EBITDA dos últimos 12 meses, enquanto ao final do 2T24 representava 2,97x.

No mercado financeiro, a reação inicial foi de leve pessimismo. As ações MYPK3 recuam 2,06% nesta quinta-feira (07/08), cotadas a R$ 14,29. O papel abriu o dia a R$ 14,65, atingiu a mínima de R$ 13,86 e a máxima de R$ 14,65. Mesmo com os bons números, investidores parecem realizar lucros diante da recente valorização acumulada nas últimas semanas.

A Iochpe-Maxion é uma das maiores fabricantes globais de rodas e componentes estruturais para veículos leves e comerciais. Presente em mais de 20 países, atende montadoras líderes do setor automotivo como Volkswagen, GM, Stellantis, entre outras, sendo um player estratégico dentro da cadeia automotiva global.